"Visava apurar compras de votos", diz ex-secretário sobre ações da PRF nas eleições
Alfredo Carrijo afirmou que a PRF atuou em cidades onde um dos candidatos obteve mais de 75% no 1° turno
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Ex-secretário de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Alfredo Carrijo afirmou em depoimento à Polícia Federal que os bloqueios da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022 foram feitos baseados nas cidades em que os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) tiveram mais de 75% dos votos, para evitar compra de votos.
A informação é da Record TV. De acordo com Carrijo, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, utilizou um relatório elaborado pela Diretoria de Inteligência da pasta para determinar as ações.
A ideia da abordagem aos ônibus que passavam pelas estradas, de acordo com Carrijo, era verificar se havia indícios de compra de voto entre os passageiros. O depoimento do ex-secretário permanece em sigilo. Já Torres deve ser ouvido pela PF nesta segunda-feira (8).
A maior parte dos bloqueios aconteceu no Nordeste, onde Lula obteve maior vantagem no primeiro turno. Carrijo ainda confirmou que Torres esteve na Bahia às vésperas do segundo turno e que determinou trabalho conjunto da Polícia Federal e da PRF nas ações. Apesar disso, somente a corporação rodoviária atuou nestes casos investigados.
