O Brasil é um país onde tudo parece que ganha um ar de naturalização arrogante, e sob algum aspecto, até debochado. Há uma omissão generalizada, silenciosa diante do que deveria ser um natural contraponto, defesa mesmo, ao direito cidadão de ser aceito e respeitado por tudo que seja legal. Falo aqui da matéria do Fantástico que noticia um gay assumido, lutador de MMA, de 29 anos, Washington Duarte Souza, ou a “Princesinha Dourada”, como é chamado em sua academia e ao que parece não o incomoda. O pior em reflexões como essas é que muitos colocam a religião como argumento, fundamentação para atacar, ridicularizar, não aceitar o outro(a) em seus processos de autodefinção. As pessoas precisam entender que a sua religião é boa para elas, não necessariamente para o conjunto da sociedade. Esses religiosos estabelecem uma crueldade persecutória sem limites. Religião deveria agregar, abraçar e não estabelecer preconceitos, que precisa se entender primeiro o que seja o preconceito de atitude baseado nos estudos da Psicologia Social. De logo, atitude é um sistema relativamente estável de organização de experiências e comportamentos relacionados com um objeto ou evento particular.
Assim, dizem os estudiosos, que para cada atitude há um conceito racional e cognitivo – crenças e ideias, valores afetivos associados a sentimentos e emoções que, por sua vez, levam a uma série de tendências comportamentais: predisposições, preconceitos. Portanto, toda atitude é composta por três componentes: um cognitivo, um afetivo (história emocional de cada um) e um comportamental (consequências do conteúdo interior existente). Então, atitude é sempre empregada com referência a um objeto, “alvo”, podendo ser uma abstração, uma pessoa, um grupo, instituição ou mesmo valores sociais, gerando sentimentos positivos, que, por sua vez, gera uma atitude positiva; ou gerar sentimentos negativos que pode gerar atitudes negativas. Ou seja, o preconceito será sempre uma atitude negativa com predisposição de atingir, ofender ou mesmo excluir o que se tem contrário à dignidade do respeito ao ser humano.
Washington Duarte Souza já é um vencedor.