CASA DE NOCA

Às

CASA DE NOCA

Ontem, o STF teve um dia de ficar na História. Sob as ordens do todo poderoso Ministro Alexandre de Moraes, a corte protagonizou uma sessão digna de Juiz trabalhista de primeira instância. Juntou um monte de gente para “negociar”, o que chamou uma  reunião de conciliação entre Governo e o Congresso Nacional, a fim celebrarem um acordo de  anormais.

Consistia o convescote proposto pelo ministro supremo que a vigência do IOF decretado pelo Governo terminal de Lula fosse considerada legal, passando por cima do que previa a Constituição do país. E, como se não bastasse a flagrante ilegalidade, o togado revogou a decisão soberana e constitucional do Congresso, que se pronunciara com acachapante maioria de votos, em desfavor de mais um imposto!

À inusitada reunião compareceram o Advogado Geral da União, conhecido como estafeta mor do malfadado governo Dilma, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal limitaram-se a mandar seus advogados que nada tinham a negociar, a não ser cometer o pecado mortal de reconhecer a prepotência monocrática do pretenso Juiz, ao arrostar poderes pertencentes ao Poder Legislativo.

Era de se esperar o resultado previsto perante tal petulância de um ministro acostumado a invadir a casa alheia, convertendo o “seu” próprio tribunal numa verdadeira casa de Noca, uma velha canção popular, na qual os participantes não devotam nenhum respeito, ainda que a dona da casa se estrebuche com seus inúteis apelos.

O ministro que se arvorou a tamanha autoridade, viu esboroar-se suas ilusões, cair por terra o exercício de um poder de que nunca desfrutou, a não ser quando suprimia impunemente os ditames constitucionais.

O fim da reunião que não houve parecia um funeral. Alguma  coisa morreu naquele dia, ainda  que não completamente. Não se sabe quem vai costurar-lhe a mortalha, porém é preciso reconhecer que o Congresso saiu da fatídica reunião mais vivo do que parecia. 

Esses acontecimentos indicam que o Congresso Nacional resistirá a qualquer deslinde desta situação, que implique numa  violência às prerrogativas constitucionais que lhes  são atribuídas em matéria  tributária, tão consolidadas em todas  as nossas Constituições, todas  elas seguidoras dos preconceitos consagrados nas mais antigas Cartas Magnas, como a  promulgada pelos barões ingleses em 1215, em oposição ao Rei João Sem Terras, cujo princípio  elementar era “no taxation whithout representation”.

É dessa cultura inerente à história do Ocidente, cuja adesão tradicional e constitutiva o governo brasileiro está se afastando, consiste o âmago de nossos problemas atuais. O que se pretende no governo petista é a destruição de nossas  instituições e a conversão destas mesmas  instituições em aparatos totalitários, concebidos por uma juristocracia alimentada pela  doutrina nazista do século passado.

Por esta razão o poder judiciário supremo é transformado em assembleia substitutiva do legislativo, os processos  criminais são instaurados para perseguir adversários políticos  do  sistema  dominante, a liberdade de expressão é varrida do mundo político e  social, os processos  eleitorais são corrompidos, o ridículo e o absurdo figuram com ares de normalidade.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

João Sergio Laurindo
Enfim, Prof. Marcelo. Fico feliz por ver que você agora está do lado certo. Parabéns.
PAULO JOSE SOARES
Caro Dr Marcelo Cada vez mais exuberante. Na mosca

Faça seu comentário