As elei&ccedil;&otilde;es americanas foram comentadas de cabo a rabo. Seria chover no molhado abordar os mesmos temas: os &nbsp;defeitos e virtudes do presidente eleito, os assuntos &nbsp;dominantes do &nbsp;seu futuro mandato, tudo est&aacute; mastigado na m&iacute;dia local e &nbsp;internacional, a merc&ecirc; de quem quiser se informar.

A n&atilde;o ser de passagem, fala-se na retumbante vit&oacute;ria conferida a Donald Trump, pelo povo norte americano, na maioria de votos que obteve em todos os escrut&iacute;nios de que participou, fazendo dele um presidente eleito pela vontade majorit&aacute;ria dos eleitores.

Parece ineg&aacute;vel que os americanos consideram que a na&ccedil;&atilde;o que liderou o mundo por tantos anos, est&aacute; &agrave; beira de um &nbsp;colapso, com suas institui&ccedil;&otilde;es contestadas e seus valores e costumes indo por &aacute;gua &nbsp;abaixo. Sinais muito fortes de decad&ecirc;ncia da sua sociedade, evidente diminui&ccedil;&atilde;o de suas vantagens competitivas, amea&ccedil;as a sua lideran&ccedil;a no campo da inova&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gica e cientifica e, finalmente, o sistema politico democr&aacute;tico est&aacute; ruindo dentro e fora do pa&iacute;s.

A miss&atilde;o do novo presidente eleito &eacute; a de identificar e &nbsp;corrigir o caminho de &nbsp;degrada&ccedil;&atilde;o, fal&ecirc;ncia e ocaso do Imp&eacute;rio, a &nbsp;fim de &nbsp;evitar que a &nbsp;grande pot&ecirc;ncia americana seja &nbsp;destro&ccedil;ada pelo que tem sido a previs&atilde;o dos grandes &nbsp;historiadores, que vaticinam o fim do Imp&eacute;rio.

Durante s&eacute;culos assistimos a &nbsp;ascens&atilde;o e &nbsp;queda das civiliza&ccedil;&otilde;es, muitas delas tragadas pelas invas&otilde;es b&aacute;rbaras, e o predom&iacute;nio da Oclocracia, o governo de multid&otilde;es, levando de &nbsp;rold&atilde;o o poderoso Imp&eacute;rio Romano; a mesma concep&ccedil;&atilde;o n&atilde;o passou despercebida pelo &nbsp;historiador &aacute;rabe Ibn Khaldun; o fil&oacute;sofo italiano Giambattista Vico observou, em seu livro Ci&ecirc;ncia Nova que as &nbsp;civiliza&ccedil;&otilde;es &nbsp;experimentam um ricorso , as fases divina, a heroica e a racional para &nbsp;depois cair no &nbsp;que &nbsp;chamou de &ldquo;barbarismo de &nbsp;relex&atilde;o&rdquo;; Henri St. John, historiador brit&acirc;nico, salientou que &ldquo;as civiliza&ccedil;&otilde;es carregam &nbsp;as &nbsp;sementes &nbsp;de &nbsp;sua &nbsp;destrui&ccedil;&atilde;o; o pr&oacute;prio Adam Smith chamou a &nbsp;aten&ccedil;&atilde;o para o &nbsp;fato de que a &ldquo;opul&ecirc;ncia&rdquo; levaria para &ldquo;o &nbsp;estado estacion&aacute;rio&rdquo;. Tanto Hegel, quanto Marx previram a dial&eacute;tica fatalmente &nbsp;conduziria a hist&oacute;ria dos povos &nbsp;ao &nbsp;seu destino &nbsp;final. &Eacute; &nbsp;famoso o livro de Oswald Splenger, O Decl&iacute;nio do Ocidente. Ele imaginou que o s&eacute;culo XIX havia sido o inverno do Ocidente, &ldquo;a vit&oacute;ria do materialismo e do ceticismo, do socialismo, do parlamentarismo e do dinheiro&rdquo;. Arnold Toynbee foi o mais emblem&aacute;tico de todos. Assistiu o suic&iacute;dio das &nbsp;civiliza&ccedil;&otilde;es, &nbsp;&ldquo;quando l&iacute;deres param de &nbsp;responder com suficiente criatividade aos &nbsp;desafios que &nbsp;enfrentam&rdquo;.

Vale a pena recordar o professor de Bill Clinton, o historiador norte americano Carroll Quigley: &ldquo;um processo de evolu&ccedil;&atilde;o...cada civiliza&ccedil;&atilde;o nasce... entra em um per&iacute;odo de expans&atilde;o vigorosa, aumentando seu tamanho e poder...at&eacute; que pouco a pouco surge uma crise de organiza&ccedil;&atilde;o. Quando essa crise &eacute; superada e a civiliza&ccedil;&atilde;o se reorganiza... seu vigor e sua moral est&atilde;o enfraquecidos. Ela se torna estabilizada e, finalmente, estagnada. Ap&oacute;s uma &eacute;poca de ouro de paz e prosperidade, as crises internas surgem de novo. Ent&atilde;o, surge, pela primeira vez uma debilidade moral e f&iacute;sica, que levanta...d&uacute;vidas sobre a capacidade da civiliza&ccedil;&atilde;o de se defender contra inimigos externos...a civiliza&ccedil;&atilde;o se torna cada vez mais fraca, at&eacute; que &eacute; subjugada por inimigos externos e, por fim, desaparece.&rdquo;

Tal premoni&ccedil;&atilde;o &eacute; um fantasma que ronda os Estados Unidos da &nbsp;Am&eacute;rica.

Trump tem o desafio de vencer e superar toda a gigantesca crise moral, a crise da intelig&ecirc;ncia, a recupera&ccedil;&atilde;o da &nbsp;capacidade competitiva a pr&oacute;pria Democracia e a for&ccedil;a &nbsp;vital do seu federalismo. Vejamos.

Dos Estados Unidos da Am&eacute;rica, primeira Rep&uacute;blica, numa &eacute;poca em que o mundo ocidental vivia sobre cabe&ccedil;as coroadas, n&atilde;o se pode dizer que nasceu novamente, com a recente elei&ccedil;&atilde;o presidencial de Donald Trump.

N&atilde;o, ningu&eacute;m nasce duas vezes, ainda mais que o nascimento do pa&iacute;s norte americano se deu numa &nbsp;guerra cruenta com a Coroa Brit&acirc;nica e reafirmou sua exist&ecirc;ncia como na&ccedil;&atilde;o independente e &nbsp;soberana na grande guerra &nbsp;civil de secess&atilde;o, entre os Confederados do Sul e a Uni&atilde;o do Norte, confrontando os Democratas &nbsp;escravocratas e os Republicanos sob a &nbsp;bandeira do trabalho livre.

O voto majorit&aacute;rio, concedido pelo povo norte americano, tanto nas elei&ccedil;&otilde;es populares, como na escolha dos delegados do Col&eacute;gio Eleitoral conferiram ao Presidente eleito, uma &nbsp;ampla maioria, consignando uma &nbsp;das &nbsp;elei&ccedil;&otilde;es presidenciais mais &nbsp;representativas da longeva hist&oacute;ria pol&iacute;tica da Democracia norte americana.

Essas elei&ccedil;&otilde;es ultrapassaram e muito uma simples escolha de candidatos, considerando os seus talentos e propostas, face os problemas econ&ocirc;micos, a crise inflacion&aacute;ria do pa&iacute;s, a tibieza e vacila&ccedil;&otilde;es das pol&iacute;ticas externas da administra&ccedil;&atilde;o democr&aacute;tica, o fracasso das pol&iacute;ticas sociais, o descaso com a classe trabalhadora, entre outros problemas internos dos Estados Unidos da Am&eacute;rica.

O debate p&uacute;blico trouxe &agrave; tona os valores e a decad&ecirc;ncia da maior na&ccedil;&atilde;o do mundo, tanto &agrave;s suas cren&ccedil;as e convic&ccedil;&otilde;es, quanto &agrave; sua capacidade de renovar-se, inovar, inventar e fortalecer seu modelo pol&iacute;tico, baseado na Democracia e na liberdade de express&atilde;o.

O valor universal da Democracia, expresso no zelo e devo&ccedil;&atilde;o constitucional, na preval&ecirc;ncia do federalismo como sistema &nbsp;capaz de assegurar equil&iacute;brio e igualdade desde a &nbsp;cria&ccedil;&atilde;o da Republica pelos pais fundadores dos princ&iacute;pios pol&iacute;ticos &nbsp;nacionais, foram valores que deixaram de &nbsp;ser elementos fundamentais do debate p&uacute;blico.&nbsp;

A delet&eacute;ria divis&atilde;o da sociedade em identidades conflitantes e decisivas para &nbsp;a unidade da Na&ccedil;&atilde;o, fomentadas por uma &ldquo;intelig&ecirc;ncia&rdquo; obtusa e aderente a concep&ccedil;&otilde;es que &nbsp;eliminam do ser humana seus &nbsp;direitos naturais e sua identidade humana, independente de sua ra&ccedil;a, sexo, g&ecirc;nero e dos pr&oacute;prios direitos &nbsp;humanos, por &nbsp;todos reconhecidos.&nbsp;

O discurso concebido para desqualificar e desumanizar o advers&aacute;rio pol&iacute;tico, levou o debate pol&iacute;tico para um mundo irreal, onde prevalecia a mentira e a sordidez. Tal comportamento, atrav&eacute;s do qual, o candidato republicano era o monstro, semelhante a Hitler ou algo parecido, ou em palavras mais chulas, o eleitor republicano era um lixo desprez&iacute;vel.&nbsp;

Nesta elei&ccedil;&atilde;o, podemos ver bem desenhado o que no magn&iacute;fico livro de Ant&ocirc;nio Ris&eacute;rio, intitulado IDENTITARISMO, e &nbsp;recentemente publicado no Brasil, o que &nbsp;ele distingue, como uma &nbsp;cita&ccedil;&atilde;o indispens&aacute;vel, para &nbsp;quem discute o assunto, as palavras de Ayaan Hirsi Ali, escritora negra, nascida na Som&aacute;lia e depois &nbsp;exilada na Holanda: &ldquo;A civiliza&ccedil;&atilde;o ocidental est&aacute; sob amea&ccedil;a de &nbsp;tr&ecirc;s for&ccedil;as diferentes, mas relacionadas&rdquo;, para &nbsp;em seguida afirmar: &ldquo;o ressurgimento do autoritarismo e expans&atilde;o de grandes pot&ecirc;ncias nas formas do Partido Comunista Chin&ecirc;s e da R&uacute;ssia de Vladimir Putin; o aumento do islamismo global, que &nbsp;amea&ccedil;a mobilizar uma vasta popula&ccedil;&atilde;o contra o Ocidente; e a dissemina&ccedil;&atilde;o viral da ideologia &lsquo;woke&rsquo;, que est&aacute; corroendo o tecido moral da pr&oacute;xima gera&ccedil;&atilde;o&rdquo;.&nbsp;

A vit&oacute;ria de Donald Trump representou um sonoro grito de um povo, que certamente n&atilde;o &eacute; nem nazista, nem fascista, mas expressa uma tradi&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica democr&aacute;tica, cujas institui&ccedil;&otilde;es s&atilde;o s&oacute;lidas e j&aacute; comprovaram a capacidade de &nbsp;enfrentar desafios, para os quais esteve ao lado das Democracias, mesmo que em outras circunst&acirc;ncias possa ser questionado.

Trump tem a possibilidade, esperada por muitos no mundo inteiro, de deter o colapso da mais pungente Democracia do planeta, ainda que este colapso e as politicas que o representa j&aacute; tenham se aproximado mais do que se imagina.

A mitologia &eacute; uma arte perdida, uma das poucas que est&atilde;o perdidas, uma arte que o tempo devorou. Foi Chesterton quem percebeu que &ldquo;todo esse assunto mitol&oacute;gico pertence ao lado po&eacute;tico dos homens. Hoje em dia muitos parecem esquecer que um mito &eacute; uma obra da imagina&ccedil;&atilde;o e, portanto, uma obra de arte&rdquo;.

O polite&iacute;smo, express&atilde;o maior de toda a mitologia -seja &nbsp;grega, romana, persa ou de &nbsp;qualquer outra &nbsp;civiliza&ccedil;&atilde;o &ndash; foi uma &nbsp;tentativa humana de &nbsp;alcan&ccedil;ar a verdade divina, atrav&eacute;s da imagina&ccedil;&atilde;o. O polite&iacute;smo n&atilde;o passou de contos &nbsp;de &nbsp;fadas ou mem&oacute;rias b&aacute;rbaras, de uma &nbsp;humanidade em &nbsp;busca de explicar as &nbsp;suas &nbsp;circunst&acirc;ncias.

O homem n&atilde;o conhecia nem a si pr&oacute;prio, nem a Deus, conhecia apenas as for&ccedil;as da natureza e quanto elas predominavam, ao passo que a mitologia e a filosofia corriam paralelas, na busca da verdade desconhecida.

O polite&iacute;smo, esse aspecto visceral do paganismo, era, durante esse longo per&iacute;odo da Hist&oacute;ria humana, uma vis&atilde;o restrita do universo, uma satisfa&ccedil;&atilde;o de um aspecto do homem e n&atilde;o de sua totalidade complexa.

Como vaticinou o g&ecirc;nio ir&ocirc;nico de Chesterton, em seu livro O HOMEM ETERNO, &ldquo;chega um momento na rotina de uma &nbsp;civiliza&ccedil;&atilde;o organizada em que o &nbsp;homem cansa de brincar de mitologia e de fingir que uma &aacute;rvore &eacute; uma &nbsp;donzela ou que a Lua fez amor com um &nbsp;homem&rdquo;.

Ainda Chesterton: &ldquo;os homens n&atilde;o apenas deixaram de crer nos deuses, mas perceberam que nunca haviam acreditado neles.&rdquo; Em toda parte, os limites do paganismo eram os pr&oacute;prios limites da exist&ecirc;ncia humana. A vis&atilde;o judaico crist&atilde; descortinou, como um raio em c&eacute;u azul, um novo mundo no &nbsp;qual o &nbsp;homem &nbsp;conheceu Deus, teve &nbsp;consci&ecirc;ncia de &nbsp;sua totalidade e da &nbsp;cria&ccedil;&atilde;o &nbsp;divina e libertou a &nbsp;filosofia de &nbsp;suas &nbsp;amarras tradicionais.

O cristianismo enraizou-se no Ocidente, atrav&eacute;s da cultura greco-romana e encontrou na filosofia de Arist&oacute;teles a unidade ontol&oacute;gica que fundiu num s&oacute; conceito o corpo e a &nbsp;alma, a natureza &nbsp;humana e a rela&ccedil;&atilde;o social dos homens, dando &nbsp;consist&ecirc;ncia ao cristianismo desenvolvido por &nbsp;Santo Tom&aacute;s de Aquino.

Se o homem descobriu Deus com a morte do paganismo, no &nbsp; Renascimento ele descobre a si pr&oacute;prio, sem contudo confrontar a sua emerg&ecirc;ncia para ocupar o centro da &nbsp;Hist&oacute;ria com um Deus renovado e &nbsp;aberto &agrave; um cristianismo &nbsp;reformado.

Nesse longo voo de p&aacute;ssaro, atrav&eacute;s do qual percorremos a Hist&oacute;ria humana, ressaltando momentos de grande prova&ccedil;&atilde;o e descontinuidade, nos deparamos com transforma&ccedil;&otilde;es que &nbsp;bem poder&atilde;o ser inclu&iacute;das como &nbsp;similares &agrave;quelas que &nbsp;viram o &nbsp;soterramento &nbsp;dos deuses e o nascimento de &nbsp;Deus, seguido do renascimento do pr&oacute;prio &nbsp;Homem.

Ser&aacute;, por ventura, a morte de Deus ou a mortalha que estamos costurando destina-se &agrave; morte do homem que se julga superior a Deus? 
De fato, o homem p&oacute;s-moderno alcan&ccedil;ou poderes inusitados.

O que antes n&atilde;o lhe pertencia, agora j&aacute; lhe pertence, como se &nbsp;a &nbsp;ci&ecirc;ncia tivesse lhe conferido poderes divinos, tais como extinguir a &nbsp;vida no Planeta, conquistar a &nbsp;coextensividade &nbsp;entre &nbsp;tempo e &nbsp;espa&ccedil;o, romper as &nbsp;barreiras da &nbsp;comunica&ccedil;&atilde;o e &nbsp;sua intelig&ecirc;ncia caminha para &nbsp;destruir a unidade &nbsp;da natureza humana e &nbsp;seus &nbsp;atributos naturais, estes &nbsp;considerados meros &nbsp;construtos &nbsp;sociais.

Uma nascente e &nbsp;fortalecida revolu&ccedil;&atilde;o cultural pensa em libertar o indiv&iacute;duo do &nbsp;seu inevit&aacute;vel destino &nbsp;biol&oacute;gico, fomentando na &nbsp;comunidade humana toda &nbsp;sorte de identidades que &nbsp;divide os homens, as na&ccedil;&otilde;es &nbsp;e &nbsp;a humanidade, solapando suas ra&iacute;zes crist&atilde;s, proclamando a morte &nbsp;de &nbsp;Deus e a insurg&ecirc;ncia &nbsp;do &nbsp;deus-homem, substituto de &nbsp;Deus e criador de uma &nbsp;filosofia &nbsp;ir&eacute;nica destinada a &nbsp;abolir &nbsp;as &nbsp;religi&otilde;es &nbsp;monote&iacute;stas e oferecer &agrave; &nbsp;humanidade mais esta ilus&atilde;o!

Uma imagem condizente com o nosso pa&iacute;s, envolto num ambiente de medo e terror, &eacute; aquela que ocorreu ao genial escritor Dante Alighieri, ao principiar a sua Divina Com&eacute;dia. Ele diz que em meio &agrave; sua vida &ldquo;me encontro em uma selva escura, que a direta via havia desaparecido&rdquo;. &Eacute; como nos sentimos, perdidos numa floresta, espreitando perigos e &nbsp;sujeitos a um destino incerto e perigoso.

Incr&eacute;dulo e estupefato me pergunto para onde estamos sendo conduzidos, &agrave; nossa revelia. Qual o destino a que aportaremos, com os aliados preferenciais com os quais &nbsp;trilhamos caminhos desconhecidos e neles mergulhamos cada vez mais, assumindo &nbsp;compromissos que, a &nbsp;cada passo se &nbsp;aprofundam e se &nbsp;tornam irrevers&iacute;veis.

&Eacute; inevit&aacute;vel reconhecer que ingressamos, com incontido vigor, nos focos efervescentes e potenciais de um novo conflito de propor&ccedil;&otilde;es mundiais. N&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel mais desconhecer, que o conflito do Oriente M&eacute;dio ultrapassou os limites de uma guerra pela sobreviv&ecirc;ncia do Estado de Israel, inicialmente contra a agress&atilde;o de organiza&ccedil;&otilde;es terroristas, e passou a ser um conflito entre Estados, com envolvimento direto do Ir&atilde; e dos EUA.

O Governo brasileiro estabeleceu uma alian&ccedil;a real com o terrorismo, justificando este conluio de anormais, como se &nbsp;fora algo semelhante aos crimes nazistas, &nbsp;para &nbsp;exterminar o povo judeu nos seus fornos cremat&oacute;rios.&nbsp;

Abandonando por inteiro a tradi&ccedil;&atilde;o diplom&aacute;tica do pa&iacute;s, o &nbsp;atual governo brasileiro prefere filiar-se com exclusividade a blocos pol&iacute;ticos e econ&ocirc;micos, cuja lideran&ccedil;a &eacute; &nbsp;exercida pela China &nbsp;e a R&uacute;ssia, com a &nbsp;finalidade de &nbsp;contrapor-se &agrave; &nbsp;tradicionais alian&ccedil;as ocidentais.

Visando fazer frente ao d&oacute;lar como moeda e reserva &nbsp;de valor do &nbsp;com&eacute;rcio internacional, o Brasil n&atilde;o &nbsp;hesita em &nbsp;adotar uma moeda &nbsp;representativa &nbsp;do BRICS, como se tal medida n&atilde;o tivesse &nbsp;por &nbsp;objetivo fortalecer apenas os pa&iacute;ses mais &nbsp;ricos desta alian&ccedil;a, que &nbsp;faz lembrar os velhos &nbsp;arremedos da guerra fria.

O futuro desta aventura, afetando o sistema comercial e &nbsp;financeiro das trocas comerciais, dificilmente n&atilde;o &nbsp;submeter&aacute; na&ccedil;&otilde;es livres a um remodelado sistema imperialista de trocas internacionais.

A guerra entre a R&uacute;ssia invasora e a Ucr&acirc;nia invadida afasta com maior profundidade o Brasil de seus aliados ocidentais e o aproxima da pr&oacute;pria R&uacute;ssia, cujo conflito mobiliza todo o Ocidente democr&aacute;tico, configurando o nosso pa&iacute;s na &nbsp;qualidade de parceiro desta &nbsp;agress&atilde;o &nbsp;e &nbsp;envolve inteiramente o &nbsp;Brasil em compromissos que &nbsp;s&oacute; o desdobramento deste conflito dir&aacute;.

Com v&iacute;nculos t&atilde;o profundos com ditaduras, aliados de terroristas contumazes, distantes de aliados tradicionais, o que se pode esperar das amea&ccedil;as que a China, repetidas vezes, tem feito &agrave; independ&ecirc;ncia de Taiwan?&nbsp;

Uma mudan&ccedil;a desta &nbsp;envergadura na &nbsp;geopol&iacute;tica do Extremo Oriente provocar&aacute; uma inusitada &nbsp;rea&ccedil;&atilde;o do mundo Ocidental, sendo l&iacute;cito indagar: n&atilde;o &nbsp;estar&aacute; o mundo muito &nbsp;pr&oacute;ximo de um conflito de dimens&otilde;es mundiais, ou os EUA se &nbsp;comportar&atilde;o &nbsp;como os ingleses, &agrave; &eacute;poca de Chamberlain, que imaginou aplacar a fome de &nbsp;guerra de Hitler com o Tratado de &nbsp;Munique, cedendo os Sudetos &agrave; gan&acirc;ncia e desfa&ccedil;atez alem&atilde;?

Nos ex&iacute;guos limites deste coment&aacute;rio &eacute; imposs&iacute;vel ilustrar a riqueza de aspectos que cada dos temas aqui tratado tem, por&eacute;m, assim descritos, bastam para a emin&ecirc;ncia de uma guerra para a qual o mundo vem se preparando h&aacute; tempo e o nosso pa&iacute;s escolhe seus caminhos de forma imprevidente e desastrosa.

N&atilde;o se diga, que a Hist&oacute;ria, de todas as ci&ecirc;ncias humanas, n&atilde;o &eacute; capaz de abrir os nossos olhos e fazer a floresta em que estamos perdidos andar. Para quem n&atilde;o acredita que estamos sendo arrastados para a guerra. Para esses lembro o epis&oacute;dio do Rei Macbeth, em Shakespeare, que n&atilde;o achava poss&iacute;vel a floresta de Birmam andar, pois quem teria for&ccedil;a para arrancar as &aacute;rvores com suas poderosas ra&iacute;zes fincadas na terra? Pois bem, a floresta de Birmam andou em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; colina de Dunsinane!

Novos problemas se colocam &agrave; gest&atilde;o dos esportes em nosso pa&iacute;s, especialmente o futebol, nosso esporte por excel&ecirc;ncia. Emergimos de uma era aut&aacute;rquica, em que tudo dependia da interven&ccedil;&atilde;o do Estado. O futebol n&atilde;o escapou desta sina hist&oacute;rica.

Depois de regado nos canteiros das f&aacute;bricas e nas areias escaldantes das praias, o futebol se espalhou como um rastilho de p&oacute;lvora, at&eacute; tornar-se o esporte mais popular do Brasil. Com isso, atraiu a aten&ccedil;&atilde;o do Estado e pelo Brasil afora os investimentos p&uacute;blicos erigiram a infraestrutura necess&aacute;ria &agrave; um esporte de massas.

Em toda parte, construiu-se est&aacute;dios, verdadeiros monumentos modernos que enchiam os olhos dos brasileiros, sobretudo quando neles aflorou um estilo de jogo que encantou o mundo, estilo condenado &aacute; morte ao impacto dos ritos mercantilistas da nova era.

O futebol reproduzia, desse modo, o modelo de industrializa&ccedil;&atilde;o adotado pelo pa&iacute;s, baseado no investimento p&uacute;blico, destinado a gerar energia e a&ccedil;o, necess&aacute;rios &agrave; pol&iacute;tica de substitui&ccedil;&atilde;o de importa&ccedil;&otilde;es que vicejava entre n&oacute;s.

Junto com a Petrobr&aacute;s, Eletrobr&aacute;s, Sider&uacute;rgica Nacional e tantas outras iniciativas do mesmo jaez, o capitalismo tupiniquim reproduziu ampliadamente as rela&ccedil;&otilde;es sociais de produ&ccedil;&atilde;o, refletindo o mesmo padr&atilde;o de liberdade existente na democracia republicana, a ideologia jur&iacute;dica e o pr&oacute;prio trabalho assalariado, este &uacute;ltimo atrav&eacute;s do advento do profissionalismo.

Emblem&aacute;tica &eacute; a frase do Prefeito do Rio de Janeiro, Mendes de Moraes, na inaugura&ccedil;&atilde;o do Maracan&atilde;: &ldquo;cumprir minha promessa construindo este est&aacute;dio. Agora, fa&ccedil;am o seu dever, ganhem a Copa do Mundo&rdquo; A alian&ccedil;a moral entre o Estado e o jogo de futebol alcan&ccedil;a seu paroxismo na cren&ccedil;a de um dos mais festejados jornalistas esportivo de todos os tempos, Mario Filho: &ldquo;acreditar no Maracan&atilde; &eacute; acreditar no Brasil&rdquo;.

O modelo aut&aacute;rquico de desenvolvimento econ&ocirc;mico esgotou-se, ensejando &agrave; economia nacional enveredar por novos caminhos. Vivemos uma nova era, por que n&atilde;o um novo futebol?

Abandonar de vez o modelo aut&aacute;rquico passa a ser um desafio, perante o qual se colocam os dilemas da nossa pr&oacute;pria sobreviv&ecirc;ncia. Os clubes n&atilde;o sobreviver&atilde;o se tudo em volta se altera e eles permanecem deitados em ber&ccedil;o esplendido!

A tradi&ccedil;&atilde;o dos est&aacute;dios p&uacute;blicos come&ccedil;a a ser &ldquo;renegada&rdquo; por um modelo indefinido, impulsionado por um disfarce no qual os recursos p&uacute;blicos foram largamente utilizados na constru&ccedil;&atilde;o das arenas da Copa do Mundo. Sa&iacute;mos do estatismo escancarado para o estatismo mascarado. &Eacute; o caminho da perdi&ccedil;&atilde;o!

Felizmente, em muitos casos, uma nova tend&ecirc;ncia vem impondo um modelo privado, no qual os est&aacute;dios s&atilde;o submetidos &agrave; administra&ccedil;&atilde;o dos clubes de futebol, detentores de &ldquo;expertise&rdquo; na mat&eacute;ria. &Eacute; o caminho da salva&ccedil;&atilde;o.

Se no primeiro caso, sob o conden&aacute;vel disfarce mencionado, engrenamos a marcha r&eacute;, no segundo caso nos deparamos com uma tend&ecirc;ncia positiva, n&atilde;o s&oacute; no sentido econ&ocirc;mico na era da globaliza&ccedil;&atilde;o, mas uma afirma&ccedil;&atilde;o dos valores locais que, embora tardiamente, poder&atilde;o redundar no que o soci&oacute;logo franc&ecirc;s Jean Marie Brohm, referindo-se aos &nbsp;est&aacute;dios clubistas, considerou &ldquo;uma arqueologia de mitos&rdquo;.

&Eacute; disso que precisamos: valores identit&aacute;rios numa &eacute;poca de supress&atilde;o das dist&acirc;ncias que separam o tempo do espa&ccedil;o, de afirma&ccedil;&atilde;o das culturas locais em oposi&ccedil;&atilde;o &agrave; geleia geral e global e de valoriza&ccedil;&atilde;o dos mitos e representa&ccedil;&otilde;es m&iacute;ticas e profanas aflorados no inconsciente das coletividades humanas.

O resto &eacute; o apan&aacute;gio do Velho do Restelo, que da obscura praia portuguesa praguejava os mares nunca dantes navegados.

O nosso Bahia j&aacute; deu os primeiros passos, por&eacute;m falta muito &nbsp;ch&atilde;o para chegar ao seu &nbsp;destino. Chegar&aacute;, se o petismo estatizante n&atilde;o permanecer obstruindo a jornada.

E falam alto e em bom som. Sua voz, suave e resoluta, convidou os brasileiros a pensar. Nos primeiros momentos, logo que foram abertas e reveladas, deixaram evidente sua profunda rejei&ccedil;&atilde;o ao governo petista, suas pol&iacute;ticas e suas convic&ccedil;&otilde;es ideol&oacute;gicas.

Todavia, essas s&atilde;o suas primeiras mensagens. Podemos dizer que fazem parte da epiderme de um corpo mais robusto e profundo. Fizeram recomenda&ccedil;&otilde;es, essas oriundas do esp&iacute;rito do corpo eleitoral, que n&atilde;o h&aacute; mais lugar para os indecisos, colocados, como disse Dante Alighieri, na cl&aacute;ssica Divina Com&eacute;dia, no: &ldquo;mais escuro rinc&atilde;o do inferno, &nbsp;reservado para aqueles que conservam sua neutralidade em tempos de crise moral&rdquo;.&nbsp;

Ao reduzir o PT e seus coadjuvantes ao degredo pol&iacute;tico, os eleitores agiram para, sen&atilde;o eliminar, aluir a chamada polariza&ccedil;&atilde;o, que tantos preju&iacute;zos vem proporcionando ao bom andamento da vida democr&aacute;tica do pa&iacute;s. A polariza&ccedil;&atilde;o tende a perder for&ccedil;a, na medida que um dos polos tem sua pol&iacute;tica e sua &ldquo;pr&aacute;xis&rdquo; submetidas a um severa redu&ccedil;&atilde;o de &nbsp;poder pol&iacute;tico.&nbsp;

A voz do eleitorado e o novo quadro pol&iacute;tico oriundo das urnas conduzem a articula&ccedil;&otilde;es, alian&ccedil;as e programas constru&iacute;dos para as elei&ccedil;&otilde;es de 2026, quando seremos &nbsp;chamados a eleger o Presidente da Rep&uacute;blica, defenestrando de uma vez por todos um governo que imp&ocirc;s ao pa&iacute;s se alinhar a regimes terroristas, professar o antissemitismo, amparar ditaduras e outras aberra&ccedil;&otilde;es!&nbsp;

Esses ventos alvissareiros que sopram no panorama brasileiro, transformar-se-&atilde;o numa ventania benfazeja, capaz de varrer os inqu&eacute;ritos ilegais, as pris&otilde;es arbitr&aacute;rias, os julgamentos e condena&ccedil;&otilde;es fora da lei e &agrave; observ&acirc;ncia constitucional que possibilite trazer o pa&iacute;s de volta ao continente democr&aacute;tico, que aportamos desde 1988.&nbsp;

Essas conjecturas, extra&iacute;das dos resultados eleitorais deste ano, podem parecer uma exerc&iacute;cio mental de alitera&ccedil;&atilde;o, mas s&atilde;o na verdade li&ccedil;&otilde;es muito preciosas sobre as quais temos o dever de antever e assegurar que elas consigam se desenvolver, sem interrup&ccedil;&otilde;es abruptas desferidas por setores antidemocr&aacute;ticos, que j&aacute; demonstraram sua ferocidade e descompromissos com as obriga&ccedil;&otilde;es &nbsp;constitucionais. &nbsp;

Isto quer dizer que as conquistas democr&aacute;ticas, obtidas pela manifesta&ccedil;&atilde;o das urnas, precisam ser protegidas, a fim de &nbsp;que possam ter a inteireza de suas consequ&ecirc;ncias, magnificando os princ&iacute;pios e valores constitucionais contidos na &nbsp;Carta promulgada em 88, sobre a qual seus inimigos &agrave; esquerda &nbsp;principalmente, e &agrave; direita tamb&eacute;m, aproveitando-se de quest&otilde;es secund&aacute;rias e que deveriam estar fora &nbsp;do texto constitucional, &nbsp;teimam em criticar ou mesmo afrontar, exatamente o que nos protege dos golpistas e vivandeiras de &nbsp;quarteis. &nbsp;

&Eacute; preciso ter em mente, que com a acachapante derrota do PT e seus aliados nas urnas de 2024, esse movimento perder&aacute; sua influ&ecirc;ncia eleitoral, mas n&atilde;o abrir&aacute; m&atilde;o de suas pol&iacute;ticas persecut&oacute;rias, a viola&ccedil;&atilde;o de princ&iacute;pios constitucionais, como a liberdade de express&atilde;o e o controle das redes sociais. Com a finalidade de fortalecer a democracia, concebendo-a como um valor universal e inegoci&aacute;vel, os vitoriosos em 2024 dever&atilde;o praticar uma pol&iacute;tica de portas abertas, ampliando a alian&ccedil;a democr&aacute;tica, impedindo o rumo que o pa&iacute;s enveredou na dire&ccedil;&atilde;o do &nbsp;totalitarismo e das alian&ccedil;as internacionais estranhas &agrave; nossa tradi&ccedil;&atilde;o e &agrave; nossa Hist&oacute;ria.&nbsp;

Por fim, conv&eacute;m estar atentos &agrave; natureza humana, que expos esta valiosa li&ccedil;&atilde;o, t&atilde;o bem compreendida por Viktor Frankl, quando disse que &ldquo;o ser humano n&atilde;o &eacute; &nbsp;completamente condicionado e definido. Ele define a si pr&oacute;prio, seja cedendo &agrave;s circunst&acirc;ncias, seja se insurgindo diante dela&rdquo;. &nbsp;Neste momento hist&oacute;rico assistimos a uma insurg&ecirc;ncia vigorosa. N&atilde;o podemos deixar de aproveitar com sabedoria e cautela necess&aacute;rias, mas vigor &agrave; toda prova!

Em lojas palreiras de barbeiros ou escuras botijas, como lembra E&ccedil;a de Queir&oacute;s, se dizia com respeito e esperan&ccedil;a: &ldquo;parece que h&aacute; agora a&iacute; um rapaz de imenso talento&rdquo;. E todos, em todo pa&iacute;s, repetiam: &ldquo;&Eacute; o Pacheco, rapaz de &nbsp;imenso talento&rdquo;. Por onde andava se falava no imenso talento de Pacheco. De degrau em degrau Pacheco logrou alcan&ccedil;ar a Presid&ecirc;ncia do Congresso Nacional, eleito pelos seus pares.

Quando os representantes da oposi&ccedil;&atilde;o na C&acirc;mara &nbsp;enviaram uma importante mensagem para a aprecia&ccedil;&atilde;o dos congressistas, Pacheco conservou-se silente, at&eacute; que irrompeu, interrompendo o seu profundo sil&ecirc;ncio: &ldquo; de p&eacute;, com o &nbsp;dedo em riste espetado&rdquo;, como rememorou E&ccedil;a de Queir&oacute;s, em &nbsp;suas &nbsp;Cartas a Fradique Mendes: &ldquo;que ao lado da liberdade devia sempre &nbsp;coexistir a autoridade&rdquo;. E os membros do Governo ficaram pasmados com tanta sabedoria e talento.

A proverbial magnific&ecirc;ncia intelectual de Pacheco estava se &nbsp;espalhando para os magistrados da &nbsp;suprema corte do pa&iacute;s. Embevecidos e encorajados, os ministros passaram a dar pitaco nas coisas da Republica e da pol&iacute;tica nacional, a tal ponto que fizeram t&aacute;bula rasa da Constitui&ccedil;&atilde;o e implantaram uma ditadura civil no pa&iacute;s.&nbsp;

Na &nbsp;cabe&ccedil;a brilhante de Pacheco a maioria dos senadores via a express&atilde;o do &nbsp;saber jur&iacute;dico do eminente parlamentar, e &nbsp;ainda quando Pacheco recluso em si mesmo impedia o Congresso de &nbsp;apreciar o impedimento de um ministro do STF, entre outras coisas, por violar a Constitui&ccedil;&atilde;o &nbsp;da Rep&uacute;blica, aquilo era interpretado como mais uma inabal&aacute;vel convic&ccedil;&atilde;o do g&ecirc;nio, uma manobra para garantir o estado democr&aacute;tico de &nbsp;direito, amea&ccedil;ado por um povo &nbsp;&ldquo;incivilizado&rdquo;, como revelou um supremo s&aacute;bio, tamb&eacute;m um pacheco, travestido de &nbsp;um deus antropol&oacute;gico, tanto que ontem ao sair de casa, ap&oacute;s o caf&eacute; da manh&atilde;, deparei-me com uma manada de Pitecantropos Erectus, do &nbsp;grupo conhecido entre n&oacute;s - os &nbsp;&nbsp; &nbsp;&ldquo;incivilizados&rdquo; - de arcossauros domesticados e inofensivos!

Mergulhados na pr&eacute;-hist&oacute;ria, descendentes dos Afukaka Kuikuro, os brasileiros talvez n&atilde;o estivessem prontos para viver em liberdade, sob a &eacute;gide das leis. Era preciso o talento de Pacheco para prodigalizar suas imensas virtudes morais. E Pacheco calou-se diante dos apelos incans&aacute;veis, com vistas &agrave; restaura&ccedil;&atilde;o da liberdade de express&atilde;o e da normalidade democr&aacute;tica.

Os corifeus da ordem e do regime constitu&iacute;do pelos civilizados, tinham gravado na mem&oacute;ria as derradeiras palavras proferidas por Pacheco: &rdquo;que ao lado da liberdade etc etc, e &nbsp;tal... Como narra o brilhante romancista portugu&ecirc;s, &ldquo;o Congresso compreendeu que, sob aquele curto resumo havia um mundo, todo um formid&aacute;vel mundo, de ideias s&oacute;lidas&rdquo;, e, desse modo talentoso, a na&ccedil;&atilde;o inteira se &nbsp;viu privada de &nbsp;sua &nbsp;soberania.&nbsp;

Pacheco passou o resto da vida repetindo, ainda que &nbsp;raramente, esta mentira deslavada, e &nbsp;dizem que cada vez mais se restringe o n&uacute;mero dos seus admiradores, embora ainda persistem aqueles que se &nbsp;ajoelham a seus p&eacute;s toda vez que ele &nbsp;amea&ccedil;a, com o ligeiro toque em seus &oacute;culos, que &nbsp;vai fazer um novo pronunciamento.

Em 1948, Lucien Febvre, consagrado historiador, ergueu sua &nbsp;voz para dizer que a Hist&oacute;ria deveria ser tida como problema &nbsp;e que um dos mais aflitivos problemas do homem era o amor, a morte, a piedade, a &nbsp;alegria, a &nbsp;compaix&atilde;o e, por que n&atilde;o, o medo?&nbsp;Do seu inconformismo nasceu a &ldquo;hist&oacute;ria das mentalidades&rdquo;, com a &nbsp;finalidade de preencher esse imenso vazio.

Jean Delumeau atendeu aos &nbsp;clamores do mestre e &nbsp;cuidou de proceder a uma vasta pesquisa, que deu origem &agrave; &nbsp;sua Hist&oacute;ria do Medo no Ocidente, livro que &nbsp;vasculha os idos de &nbsp;1300 a 1800 e descortinou o medo aterrorizante dos &nbsp;homens frente &agrave;s guerras recorrentes, &agrave; peste devastadora, o medo da noite obscura, o satanismo, o temor de morrer de &nbsp;fome, a diaboliza&ccedil;&atilde;o da mulher, entre tantos outros que produziram os &nbsp;sentimentos capazes &nbsp;de &nbsp;aniquilar a paz e o sossego humanos.

Embora o medo, ao longo da Hist&oacute;ria, cambiasse sua face &nbsp;negra, ele nunca &nbsp;deixou de ser o inimigo n&uacute;mero um das &nbsp;civiliza&ccedil;&otilde;es. &ldquo;Cantaremos -como proclamou o poeta Drummond de Andrade- o medo dos grandes &nbsp;sert&otilde;es, dos mares, do deserto, o medo dos soldados, o medo das m&atilde;es, o medo das Igrejas, cantaremos o medo dos ditadores, o medo &nbsp;dos &nbsp;democratas, o medo &nbsp;da morte e o medo de depois &nbsp;da morte, depois morreremos de medo e sobre nossos t&uacute;mulos nascer&atilde;o rosas amarelas e medrosas&rdquo;.

Como se v&ecirc;, o medo n&atilde;o poupa nada que existe na face da terra, onde pisam e vivem os homens, onde nascem as &nbsp;culturas e onde passa o tempo hist&oacute;rico.

O progresso cient&iacute;fico, t&eacute;cnico e moral experimentado pelos &nbsp;homens desde &eacute;pocas quase&nbsp;imemoriais, parecia suficiente para soterrar os medos e libertar a humanidade dessa peste devastadora. N&atilde;o foi isso o que aconteceu. Pelo contr&aacute;rio, o medo ronda a humanidade e resolveu instalar-se com toda &nbsp;virul&ecirc;ncia que &nbsp;representa, nas fr&aacute;geis &nbsp;institui&ccedil;&otilde;es que &nbsp;governam o nosso pa&iacute;s.

Hoje temos medo de falar, escrever, pensar e contrariar o &nbsp;poder &nbsp;dominante. No decorrer dos anos 20, um deputado mexicano, que exprime bem o radicalismo anti-religioso, semelhante ao que vivenciamos aqui afirma que &ldquo;&eacute; preciso penetrar nas fam&iacute;lias, quebrar as est&aacute;tuas e as imagens dos &nbsp;santos&rdquo; e proclamar um artigo &uacute;nico: &ldquo;na Rep&uacute;blica, s&oacute; haver&aacute; garantias para aqueles que pensam como n&oacute;s.&rdquo;

A semelhan&ccedil;a n&atilde;o &eacute; mera coincid&ecirc;ncia, mas uma &nbsp;orquestra&ccedil;&atilde;o que &nbsp;se &nbsp;converteu em normas &nbsp;totalit&aacute;rias , que a &nbsp;todos &nbsp;acomete e &nbsp;que a &nbsp;qualquer cidad&atilde;o poder&aacute; &nbsp;atingir, na medida que n&atilde;o reze e reproduza o pensamento &uacute;nico, institu&iacute;do pelo alian&ccedil;a entre o poder &nbsp;executivo e o judici&aacute;rio, sob &agrave;s &nbsp;vistas complacentes do legislativo.

O medo enraizou-se nas entranhas da sociedade civil e nada &nbsp;escapou ao diktat autorit&aacute;rio, travestido em defesa &nbsp;de estado democr&aacute;tico de &nbsp;direito. &nbsp;O fil&oacute;sofo Baruch Spinoza, na metade do s&eacute;culo XVII, lidando com os absurdos do &nbsp;Estado absolutista, advertiu que &ldquo;as &nbsp;coisas nos parecem absurdas ou m&aacute;s porque delas s&oacute; temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignor&acirc;ncia da ordem e da coer&ecirc;ncia da natureza como um todo&rdquo;. Subvertido, o processo judicial &eacute; submetido &agrave; viola&ccedil;&atilde;o e &agrave; afronta, desde as normas constitucionais at&eacute; o devido processo legal. Impedidos do socorro da lei, todos os cidad&atilde;os veem ruir perante si as garantias da ordem democr&aacute;tica, arrastando nosso pa&iacute;s aos sub&uacute;rbios do mais tacanho e comezinho regime ditatorial.

Depois de provar o fruto amargo da persegui&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica, Nelson Mandela testemunhou para os p&oacute;steros: &ldquo;aprendi que a coragem n&atilde;o &eacute; a aus&ecirc;ncia de medo, sen&atilde;o o triunfo sobre &nbsp;ele. O homem valente n&atilde;o &eacute; aquele que n&atilde;o sente medo, sen&atilde;o o que conquista esse medo&rdquo;.

A Lei Marcial, que infernizou a vida pol&iacute;tica alem&atilde;, editada pelo Decreto de 28 de fevereiro de 1933, teve como motivo, o inc&ecirc;ndio do Reichstag, o Parlamento alem&atilde;o. Os nazistas atribu&iacute;ram aos comunistas terem ateado fogo no simb&oacute;lico pr&eacute;dio legislativo, numa manobra destinada &agrave; instala&ccedil;&atilde;o da Ditadura.

Ernst Fraenkel, famoso jurisconsulto germ&acirc;nico, considera que &ldquo;com base nesse decreto, a esfera pol&iacute;tica da vida alem&atilde; &nbsp;foi subtra&iacute;da do imp&eacute;rio da lei. Os tribunais administrativo e &nbsp;gerais auxiliaram na &nbsp;constru&ccedil;&atilde;o dessa condi&ccedil;&atilde;o&rdquo;.

A verdadeira Constitui&ccedil;&atilde;o do Terceiro Reich &eacute; a Lei Marcial. O mesmo que hoje ocorre com a nossa lei. A verdadeira Constitui&ccedil;&atilde;o do Brasil n&atilde;o &eacute; a de 88, mas a que &nbsp;deflui das decis&otilde;es, muitas vezes monocr&aacute;ticas, instru&iacute;das pelo Inqu&eacute;rito ilegal do &ldquo;fim do mundo&rdquo;, como o chamou um ex-presidente do STF.

Os inqu&eacute;ritos ilegais instaurados no &acirc;mbito do STF, sob o comando tamb&eacute;m ilegal de Alexandre de Moraes &ndash; o primeiro porque n&atilde;o era a inst&acirc;ncia leg&iacute;tima e o segundo por que n&atilde;o foi sorteado &ndash; &eacute; a Lei Marcial tupiniquim. A invoca&ccedil;&atilde;o constitucional para o permanente estado de s&iacute;tio em que se tornaram os inqu&eacute;ritos sigilosos, somente se justificam se houvesse real perigo &agrave; continuidade do regime democr&aacute;tico e a excepcionalidade perdurar&aacute;, mesmo que n&atilde;o ocorra &nbsp;amea&ccedil;a efetiva e comprovada ao estado de direito.&nbsp;

Especialista nazista, professor de Direito Constitucional na Universidade de Col&ocirc;nia, Walther Hamel, afirma que &ldquo;a luta contra o comunismo (leia-se fascismo) apenas deu ao Estado nacional-socialista a oportunidade de derrubar barreiras que &nbsp;agora devem ser consideradas sem sentido&rdquo; . E que barreiras foram estas, sen&atilde;o as barreiras da lei e da Constitui&ccedil;&atilde;o, enfim das garantias do cidad&atilde;o e da liberdade de opini&atilde;o? No altar do livre pensamento foram sacrificados todos que contrariassem a &uacute;nica ideologia aceita.

Uma simples rixa ou inconsequente quebradeira, interpretada como uma tentativa de golpe ou atentado contra o estado de direito, semelhante ao inc&ecirc;ndio do Reishtag, foi suficiente para suspender direitos e garantias legais constante do devido processo legal. Hoje, sabemos &nbsp;que o inc&ecirc;ndio foi provocado por um jovem holand&ecirc;s &nbsp;de dezoito anos, adepto do nacional-socialismo!

O mais famoso jurista liberal da ocasi&atilde;o, Carl Mittermaier, em um surto premonit&oacute;rio, chamou &agrave; aten&ccedil;&atilde;o que a &ldquo;revolta causada, favorecida ou provocada por uma ast&uacute;cia do pr&oacute;prio partido do governo pode facilmente servi-lhe de pretexto para a suspens&atilde;o do direito&rdquo;. Os r&eacute;us privados do devido processo legal, destitu&iacute;dos de uma justi&ccedil;a recursal e condenados a penas desproporcionais, para dizer o m&iacute;nimo, tudo isso foi imposto ao povo alem&atilde;o. N&atilde;o seria exagero dizer que j&aacute; vimos esse mesmo filme no cinema brasileiro!

Na Alemanha nazista tudo se passou como Karl Marx descrevera no 18 de Brum&aacute;rio de Lu&iacute;s Bonaparte, o sobrinho, que depois de assumir o poder fez ruir do topo da Coluna Vendome, o busto do tio. O pai do comunismo nos fez lembrar que Bonaparte passou a ideia a todos os franceses que &ldquo;a sua pessoa se confundia com a causa da ordem, identificada, antes, a causa da ordem com a sua pessoa&rdquo;. O mesmo fez Adolf Hitler ao desferir o golpe de estado como o advento da ordem e encarnou a ordem em sua pr&oacute;pria pessoa.

Alexandre de Moraes aprendeu a li&ccedil;&atilde;o. Encarnou a ordem e sobre esta ordem morta e putrefata erigiu uma est&aacute;tua a si pr&oacute;prio, fazendo-se representar, perante os incautos, a ordem amea&ccedil;ada.

Alexandre de Moraes arvora-se a dono da verdade. Mas, o medo que ele espalhou com suas enc&iacute;clicas amea&ccedil;adoras n&atilde;o assombra a mais ningu&eacute;m!

A nossa Universidade vai de mal a pior. &Eacute;, sobretudo, imprest&aacute;vel. Ostenta um not&aacute;vel descolamento da sociedade que a cerca e a sustenta. Raramente, se percebe sua m&atilde;o, ou melhor dizendo, uma contribui&ccedil;&atilde;o efetiva frente &agrave;s nossas necessidades, das mais simples &agrave;s mais complexas, do ponto de vista cient&iacute;fico.&nbsp;

Recentemente, o nosso pa&iacute;s se viu engolfado, como o mundo todo, nas garras mort&iacute;feras de uma grave pandemia. Descobrimos, ent&atilde;o, que precis&aacute;vamos importar vacinas, m&aacute;scaras, luvas, oxig&ecirc;nio, hospitais de campanha, pois n&atilde;o t&iacute;nhamos nada disso, a fim de socorrer a nossa desvalida popula&ccedil;&atilde;o.

Uma simples olhada, contudo, para a nossa universidade e l&aacute; estava ela, na melhor das hip&oacute;teses, discutindo se um homem era um homem ou uma mulher, como trogloditas &nbsp;da idade da pedra, quando n&atilde;o est&aacute;vamos expondo nossas vergonhas em dancinhas mirabolantes.

Pichada em suas paredes com desenhos de mau gosto, conferindo um ambiente depressivo e degenerado, cadeiras &nbsp;quebradas, cenas de &nbsp;sexo expl&iacute;cito e nudez sem pudor, professores agredidos, consumo de drogas, tudo enfim, protegido pela autonomia universit&aacute;ria, sin&ocirc;nimo de territ&oacute;rio sem lei.&nbsp;

A maioria dos estudantes, e at&eacute; mesmo dos professores, professa ideias, que visam desconstruir os valores mais enraizados da civiliza&ccedil;&atilde;o ocidental, tais como o cristianismo, o sexo bin&aacute;rio, a forma&ccedil;&atilde;o racial do Brasil e chegam a &nbsp;contestar elementos e personagens essenciais da nossa Hist&oacute;ria nacional, no af&atilde; de reescreve-la com base em suas cren&ccedil;as ideol&oacute;gicas.&nbsp;

&Eacute; comum nas universidades a prolifera&ccedil;&atilde;o de bandeiras pol&iacute;ticas que v&atilde;o do antissemitismo ao apoio expl&iacute;cito a grupos terroristas, transformando o marcathismo - ambiente pol&iacute;tico vivenciado pelos Estados Unidos de persegui&ccedil;&atilde;o aos esquerdistas naquele pa&iacute;s na d&eacute;cada de 1947 a 57 num movimento angelical - comparado &agrave; ca&ccedil;a &agrave;s bruxas que se desenrola hoje nas nossas escolas superiores.&nbsp;

H&aacute; muito tempo a livre circula&ccedil;&atilde;o das ideias foi desterrada do conv&iacute;vio universit&aacute;rio e substitu&iacute;da pelo pensamento &uacute;nico, num processo inexor&aacute;vel de sovietiza&ccedil;&atilde;o dessa &nbsp;importante institui&ccedil;&atilde;o para o presente &nbsp;e o futuro da na&ccedil;&atilde;o, a qual ser&aacute; inevitavelmente uma reprodu&ccedil;&atilde;o daquilo que foi assimilado pelo corpo acad&ecirc;mico da universidade.

Por volta de 1968, seguramente o mais festejado dos professores da &eacute;poca, respons&aacute;vel pela forma&ccedil;&atilde;o de tantos outros, como Fernando Henrique Cardoso, Paul S&iacute;nger, Ot&aacute;vio Iani entre tantos outros, Florestan Fernandes vociferou, como um &nbsp;s&aacute;bio marxista que n&atilde;o teme em prever o futuro, que &ldquo;o &lsquo;protesto estudantil&rsquo; &eacute; o &uacute;nico que se equaciona com vitalidade indestrut&iacute;vel e que exp&otilde;e, acima das vincula&ccedil;&otilde;es e dos compromissos de &nbsp;classes, essas &nbsp;quest&otilde;es cadentes&rdquo;. Em seu livro Reforma ou Revolu&ccedil;&atilde;o o referido professor em&eacute;rito denominou de quest&otilde;es candentes a prometida revolu&ccedil;&atilde;o, a qual ele, logo no Pref&aacute;cio que escreveu ao citado livro cuidou &ldquo;esclarecer lealmente, por&eacute;m, que n&atilde;o alimento nenhuma f&eacute; reformista&rdquo;.&nbsp;

No que deu, ent&atilde;o, a &ldquo;f&eacute; revolucion&aacute;ria&rdquo; de Florestan Fernandes? Sem nenhuma d&uacute;vida, nesse cen&aacute;rio de horror em que se converteu a nossa universidade e &nbsp;&nbsp; &nbsp;que, tamb&eacute;m sem nenhuma d&uacute;vida, se converter&aacute; a sociedade para a qual a mesma universidade fornece os quadros de sua futura gest&atilde;o e pretensa solu&ccedil;&atilde;o dos problemas sociais ainda vigentes neste futuro-presente.&nbsp;

O que se pode esperar, quando finalmente a revolu&ccedil;&atilde;o chegar pelas m&atilde;os do g&ecirc;nio presuntivo do professor Florestan Fernandes, sen&atilde;o o caos, a desordem, a anarquia?

A menos que a nova universidade, oxigenada pelo sopro inovador da revolu&ccedil;&atilde;o, nas&ccedil;a da terra arrasada, n&atilde;o care&ccedil;a de uma tradi&ccedil;&atilde;o onde fincar seus p&eacute;s e possa desse modo prosperar, com vistas a cumprir a miss&atilde;o imaginada desde a Idade M&eacute;dia, enfim, como se a Hist&oacute;ria n&atilde;o fosse necess&aacute;ria, como &eacute;, a qualquer institui&ccedil;&atilde;o.

Darci Ribeiro, antrop&oacute;logo de tantos m&eacute;ritos, sup&otilde;e em 1975, em seu livro A Universidade Necess&aacute;ria, que a nossa Universidade se encontra na encruzilhada entre duas op&ccedil;&otilde;es: a moderniza&ccedil;&atilde;o reflexa ou o crescimento aut&ocirc;nomo.

A moderniza&ccedil;&atilde;o reflexa representa a importa&ccedil;&atilde;o dos valores pol&iacute;ticos e morais que comandam o processo de desconstru&ccedil;&atilde;o da universidade norte-americana, anunciando que trilhamos o mesmo caminho. A cultura identit&aacute;ria e a do cancelamento encontrou no solo universit&aacute;rio brasileiro terreno f&eacute;rtil para a sua propaga&ccedil;&atilde;o, a tal ponto que hoje podemos falar de imperialismo ideol&oacute;gico.

Mais brando que seu colega Florestan, Darci reconhece que o crescimento aut&ocirc;nomo, ainda que tenda a reproduzir institui&ccedil;&otilde;es sociais arcaicas, &ldquo;poder&aacute; representar um papel ativo no esfor&ccedil;o de supera&ccedil;&atilde;o do atraso nacional&rdquo;.

Marcelo Cordeiro

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