Depressão e redes sociais

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Depressão e redes sociais

As pessoas estão adoecendo por não cuidarem do que são, no escaninho de suas buscas. Razão pela qual neste período do ano, muita gente se aprofunda em suas frustrações, na comparação de sua vida com a de outras pessoas. A sensação de fracasso pode não ser superada, gerando, consequentemente, o aprofundamento de possível depressão. Não é novidade algum, então, que as redes sociais são um grande campo de manifestações de sentimentos que muitos pensam sem importância, mas que em verdade passam a ser uma espécie de divã digital sem orientação profissional. É um sai qualquer coisa, sem que o próprio internauta se dê conta que está refletindo o que, de fato, ele é e sente. A um olhar mais atento haverá de identificar as fragilidades e dores emocionais recalcadas. Um estudo feito com 16.750 pessoas de 18 países, divididas igualmente entre homens e mulheres acima de 16 anos, mostrou que 57% dos participantes de redes sociais, por exemplo, acham que os seus seguidores  têm uma vida melhor do que eles; e 42% deles ficam com inveja quando veem que um amigo tem mais curtidas ou comentários do que eles. Isso, então, tem gerado um aumento muito grande da ansiedade e mesmo depressão, principalmente entre pessoas mais jovens. 

Manifestar um sentimento de inveja é algo vergonhoso para grande parte das pessoas, que preferem manter suas reações e sentimentos no anonimato, apenas atuando como um voyeur nas redes. O voyeurismo digital acaba por stalkear todos e achar que ali passivo, não será descoberto o que pensa, ou como se sente. A pessoa está se martirizando. Segundo pesquisa divulgada pela Kaspersky Lab – empresa russa de cibersegurança – 49% dos brasileiros publicam suas informações nas redes. Além disso, a pesquisa indicou que 66% compartilham fotos e vídeos de seus filhos e 45% compartilham vídeos confidentes e fotos de outras pessoas, gerando, assim, uma busca por pertencimento, ou mesmo atrás  dos seus 5 minutos de fama, ou alcançar centenas de views e ganhar muito mais engajamento e consequentemente enriquecer com aquilo, como tem visto em dezenas dos chamados influencers. Alguns, no entanto, sem dimensionar o que de fato gera a sua busca nas redes destilam seu ódio como haters, com agressividade e projeção, descontam nas redes sua raiva da própria vida e daquilo que gostariam de ter e ver na outra pessoa a conquistar. É o que preconiza a Dra. Maria Francisca Maura, uma das fundadoras  da liga de saúde mental Wassily Chuc da Universidade Federal de Goiás (UFG). Assim, como sempre, porém mais importantes nesses dias de “revisão” de vida, que entendamos o porquê de certas reações que temos, em especial pelas redes sociais, a fim de melhor nos imunizarmos contra nossos próprios gatilhos existenciais. 

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