O que determina paternidade?

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O que determina paternidade?

Nesse domingo (09) muitos festejaram seu pais, ou refletiram sobre os mesmo, nesses processos de vida, onde somos acumuladores de impressões e sentimentos que se desenrolam e se expressam em nossos sentir e agir. Razão pela qual deveremos, entendo, estar sempre nos questionando situações, mesmo revisitando conceitos e crescendo. O professor paulista, Marcelo Yoshida, membro  da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB Valinhos/SP, em interessante abordagem,  pergunta, em artigo, se homem trans pode ou não ser pai? Naturalmente que respondeu  que pode, isto em decorrência da discussão que tomou conta das redes sociais na semana passada em função de uma marca colocar o homem trans, Thammy Miranda, como um dos participantes de sua peça publicitária sobre o dia dos pais. 

Em verdade, o anúncio só foi combatido, desqualificado por quem ainda concebe a ideia de sexo de nascimento com identidade de gênero, isto em pleno final da segunda década do século XXI. Fazem uma confusão sem medidas acerca de considerações sobre ciência e achismos sociais, de tradição, em geral, religiosa, embasada em pedra de enorme preconceito. São pessoas que ainda estabelecem os papeis sociais com base em representação do século passado, onde o primado da família era “bem” representada pelas propagandas de margarina. Muitos não entendem que a presença do órgão masculino não faz, necessariamente, um homem pai. Haja vista, à guisa de exemplo, aqueles homens que por quaisquer questões de saúde perderam o seu pênis, deixou de ser homem?  Questiona o professor. A identidade de gênero é que torna o ser com o que ele se identifica, em seu papel social, pelo menos deveria ser assim e desta forma respeitado, infelizmente esta não é uma realidade. 

No Brasil, mais de 5 milhões de crianças são registradas sem o nome do pai, quando nascem. Onde muitos “pais” precisam verdadeiramente serem caçados pela Justiça para assumirem suas responsabilidades de sustento e alimentação dos seus filhos, é neste país que um homem trans é hostilizado, mesmo quando guarda sua ação no papel paterno a que se propôs. 

O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, fazendo com que a expectativa de vida seja 35 anos de idade, cerca de metade da média da população, por outro lado, informa o professor Yoshida, é também o que mais consome pornografia trans no mundo, mesmo não tendo a maior população trans do mundo. Estranho, não?

Muitos são os pais trans que relatam a maldade envolvendo os seus filhos, não bastassem o desrespeito ao indivíduo, ao cidadão, muitos afirmam que os seus filhos maiores são hostilizados, feridos moralmente com palavras, afirmando que os seus pais não são homens de verdade, dentre outras tantas agressões desta natureza e piores. Até quando o ser humano se achará no direito de impor os seus “entendimentos” como verdades para todos? Por que será que há tantos incômodos com a maneira do outro ser o que é, simplesmente? Talvez haja em muitos desses humanos o efeito espelho.  
 

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