Tudo pela maldade

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Tudo pela maldade

'No futuro, todos terão seus quinze minutos de fama', afirmou certa vez o cineasta e pintor americano Andy Warhol, conhecido pelos coloridos retratos de Marilyn Monroe e Elvis Presley. Só que o criador da pop art não se dava conta que isto ficaria para trás, na substituição das curtidas, das celebridades instantâneas, das monetizações de conteúdos que, sem medo de erra, em sua maioria, são frutos da estupidez humana. A propósito, Einstein dizia que só duas coisas eram infinitas: o Universo e a estupidez humana...e que não tinha certeza quanto ao Universo. Os seres humanos são predadores realmente dos seres humanos, e não falo apenas do fato de matar o outro por nada, mas também do destruir vidas por likes, curtidas...

A internet, muitos dizem com grande precisão, que está além de permitir a partilha do conhecimento, mas faculta igualmente que todas estas "estupidezes infinitas" circulem por todo mundo em velocidade vertiginosa, sem qualquer prurido de constrangimento e ou preocupação com a vida emocional do outro. Falo da atriz Klara Castanho que teve a sua intimidade violada, agredida, menosprezada por estes caçadores de likes e fama que têm enojado a internet. Neste domingo (26), um dos divulgadores do drama da jovem atriz publicou um pedido de desculpas, depois de ter lançado ao mundo a sua maldade. Ele disse que não deveria ter escrito nenhuma linha sobre esta história ou ter feito qualquer comentário sobre algo do qual não tem o direito de opinar. A diretora do site onde o jornalista posta seus furos na alma dos outros, disse, depois da enorme repercussão negativa, que “O site expôs de forma inaceitável os dados de uma mulher vítima de violência brutal e que a matéria foi retirada do ar”. Sei. Nas redes, a revelação dessa história causou indignação contra os autores da outra violência sofrida pela menina.

Muito triste tudo isso, haja vista que vidas são devastadas para logo mais serem esquecidas e novas serem atacadas, na exposição de suas dores. Se a jovem atriz abortasse, no seu direito legal, seria atacada. Teve o bebê e o deu para adoção, foi atacada. Ou seja, nada sacia o juízo de valor do ser humano, que sempre está em busca da confirmação do seu viés de entendimento, dos seus conceitos. Tudo vai piorar, até o momento em que leis se tornarem efetivas e magistrados não se acharem detentores de reserva do que seja certo e ou errado. Leis precisam ser cumpridas com vigor e peso, para, pelo menos, se tentar dar um pouco de freio a tanta maldade que circula intoxicando os consumidores deste alimento tão deletério à paz interior. 

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