159 mulheres já foram assassinadas no DF oito anos após feminicídio se tornar crime
Número foi divulgado em levantamento da Secretaria de Segurança Pública do estado
Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
159 mulheres que perderam a vida em casos de feminicídio no Distrito Federal (DF) desde 9 de março de 2015, quando a lei que tornou crime esse tipo de homicídio entrou em vigor. Segundo levantamento da Secretaria de Segurança Pública do DF, foram registrados 193 casos como feminicídio consumado, entre março de 2015 e fevereiro de 2023.
Dentre esses, 36 foram desconsiderados por decisões judiciais e 157 foram mantidos, havendo dois casos com duas vítimas.
O feminicídio, crime hediondo ligado à violência de gênero, é a qualificação do homicídio como “o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição do sexo feminino”. Os crimes são cometidos em situação de violência doméstica, familiar ou por alguma razão de menosprezo ou discriminação da condição de ser mulher.
Balanço geral
O balanço da Secretaria de Segurança Pública revela que 64% dos casos de feminicídio registrados entre março de 2015 e fevereiro de 2023 foram motivados por ciúmes ou sentimento de pose e 75% das mulheres morreram dentro da própria casa. Das 159 vítimas, 71% não registraram nenhum boletim de ocorrência contra o agressor, na esperança que o companheiro não cometesse outro ato de violência.
Além da motivação, os dados mostram, ainda, que 50% dos casos foram praticados com armas brancas, como facas, por exemplo. 24% das mulheres foram assassinadas por asfixia, agressões físicas ou fogo e 22% por armas de fogo. Entre as vítimas, 122 mulheres eram mães e deixaram 297 órfãos no Distrito Federal.