2º turno das eleições presidenciais no Peru deve ser disputado entre Pedro Castillo e Keiko Fujimori
Especialistas preveem polarização caso o resultado se confirme

Foto: Reprodução/Notícias ao Minuto
O professor da esquerda radical Pedro Castillo e a candidata da direita populista Keiko Fujimori se aproximam do segundo turno das eleições presidenciais no Peru, de acordo com a apuração oficial divulgada nesta terça-feira (13). Com mais de 90% das urnas apuradas, Castillo lidera com 19,1% dos votos e Keiko tem 13,3%. Os resultados oficiais, no entanto, não serão divulgados antes do começo de maio, segundo o órgão eleitoral peruano.
O próximo presidente do Peru a ser eleito em 6 de junho, assumirá o cargo no dia 28 do mesmo mês, em meio a crise da pandemia da Covid-19 que afeta a saúde e a economia, além de uma crise política que levou o país a ter quatro presidentes desde 2018.
Professor de escola rural, Castillo deixou o anonimato em 2017, após liderar uma greve de professores e começou a aparecer com chances nas pesquisas há apenas uma semana, depois de percorrer silenciosamente o país e apresentar bom desempenho nos debates eleitorais.
O sindicalista também promete maior interferência do Estado na economia e já falou em fechar a Suprema Corte peruana. Além de ter posições conservadoras em alguns pontos, como o direito ao aborto, por exemplo, Castillo promete acabar com a corrupção que assolou a presidência nos últimos anos e renegociar contratos com empresas extrativistas, para obter mais benefícios para a população.
Sua provável adversária no segundo turno, Keiko Fujimori, disputa a presidência pela terceira vez e diz ter "muita fé" que disputará o segundo turno. A filha mais velha do ex-presidente Alberto Fujimori, que comandou o país entre 1990 e 2000 é investigada pelo Ministério Público do país pelo envolvimento no escândalo da Odebrecht, que também atingiu quatro ex-presidentes peruanos, e chegou a ficar três meses presa.
O MP anunciou em 11 de março que vai pedir uma pena de 30 anos de prisão para a candidata, sob a alegação de envolvimento no crime organizado, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Porém, se ela ganhar a eleição, o julgamento só poderá ser feito após o fim do seu mandato.
Caso a tendência envolvendo Castilho e Keiko se confirme, especialistas preveem uma eleição polarizada. "Ambos têm bastante 'antivotos'. Há um sentimento anti-Fujimori em um setor da população, e em outro há um sentimento anticomunista", diz Alfredo Torres, diretor de um instituto de pesquisas no Peru.