Egito exige US$ 1 bilhão para liberar navio que bloqueou canal de Suez
Duas semanas após seu desencalhe, o cargueiro Ever Given, que bloqueou canal por onde passa 12% da economia mundial, ainda não foi liberado

Foto: Reprodução / Getty images
O Egito decidiu que não vai liberar o navio até que uma multa US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) seja paga como compensação pelos danos gerados durante a semana de bloqueio do cargueiro Ever Given do Canal de Suez. Ele foi destravado no final de março e festejado por todo o mundo.
O cargueiro de quase 400 metros está atualmente ancorado no chamado Grande Lago Amargo, um lago salgado situado entre o sul e o norte do Canal de Suez.
"O navio permanecerá aqui até que uma investigação seja concluída e a indenização seja paga. Esperamos um acordo rápido", acrescentou. No momento em que concordarem com a compensação, o navio poderá se mover.", disse Osama Rabie, presidente da Autoridade do Canal de Suez (ACS), à televisão estatal egípcia.
Sobre o valor da indenização, Rabie disse no início de abril que "serão calculados os danos e perdas e quanto as máquinas de dragagem consumiram". "A estimativa vai chegar a US$ 1 bilhão ou talvez um pouco mais. É um direito que o Egito tem".
O valor seria calculado com base na perda de taxas de uso do canal perdidas depois que diversos outros navios desviaram a rota, dando a volta pela África do Sul. Além disso, há os danos causados à hidrovia durante a drenagem, os esforços de retirada do cargueiro e os custos com equipamentos e materiais.
Shoei Kisen, empresa japonesa dona da Ever Given, informou que não recebeu até o momento nenhuma reclamação oficial ou ação legal pelo bloqueio causado pela embarcação, mas reconheceu que está em "negociações" com a autoridade do canal.