2,2 mil concessionárias podem encerrar atividades e gerar mais desemprego, diz Fenabrave

A Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos (Fenabrave) divulgou nesta semana que das 7,3 mil concessionárias de veículos em atividade no Brasil, 30% delas corre o risco de fechar as portas definitivamente ainda em maio. Como resultado cerca de 315 mil pessoas seriam demitidas. 

O alerta da entidade é mais um reflexo econômico da pandemia do coronavírus (COVID-19). No setor automotivo a queda na produção em abril foi de 99% com apenas 1.800 veículos produzidos. Em todo o país, além das fábricas, concessionários estão parados apenas com oficinas funcionando e o atendimento é feito por meios digitais como whatssapp, telefone e e-mail.

O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção comentou que a situação é grave e que “30% [dos concessionários] não suportam mais 15 dias pro falta de liquidez”. 

Ao longo da última semana o Farol da Bahia entrevistou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes que lembrou: “as concessionárias terão que se reinventar mas elas continuam dependendo da venda de veículos. Por isso volto na questão da negociação com o BNDES pois precisamos de fôlego para voltar a operar. As concessionárias são formadas por capital nacional, geralmente empresas familiares, e a gente olha com preocupação para que distribui e vende. Se tivermos liquidez vamos garantir uma cadeia funcionando, empregos, mas se faltar essa oxigenação ficará difícil", disse.

A Fenabrave crítica a posição do governo que liberou liquidez aos bancos mas estes, por sua vez, não repassam as condições aos clientes. A entidade pede ajuda de R$ 40 bilhões para manter as atividades do varejo de veículos. Já a Anfavea não quer incentivos desse tipo e sim os créditos de R$ 25 bilhões aos quais já tem direito. 

Moraes, da Anfavea, comenta que as montadoras tem “grande falta de capital de giro e essa resposta de ação via BNDES vai ajudar na retomada da produção. As concessionárias que estão abertas estão fazendo atendimento de recall, manutenção, pois o setor está muito prejudicado e a economia funcionando de forma parcial", destacou.