"8 de Janeiro é resultado de processo feito por líderes políticos extremistas", afirma Lula
Presidente ressalta fracasso da invasão em artigo no Washington Post
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um artigo publicado nesta segunda-feira (8) no jornal norte-americano Washington Post, reforçou que a invasão ocorrida em 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF), felizmente não teve sucesso. Ele avaliou a ação como parte de um processo liderado por políticos extremistas, visando desacreditar a democracia para benefício próprio.
Lula destacou o papel fundamental da sociedade brasileira, que rejeitou a invasão, e ressaltou os esforços conjuntos do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Poder Executivo para esclarecer os fatos e responsabilizar os invasores desde então.
"Felizmente, essa tentativa de golpe falhou. A sociedade brasileira rejeitou a invasão, e, durante o ano passado, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Poder Executivo dedicaram esforços para esclarecer os fatos e responsabilizar os invasores", disse Lula.
"A tentativa de golpe foi o culminar de um longo processo promovido por líderes políticos extremistas para desacreditar a democracia em seu próprio benefício. O sistema eleitoral brasileiro, reconhecido internacionalmente pela sua integridade, foi questionado por aqueles que foram eleitos nesse mesmo sistema", afirmou o presidente. "O objetivo destas falsas denúncias era desqualificar a democracia para perpetuar o poder de forma autocrática. Mas a democracia brasileira prevaleceu e emergiu mais forte", completou.
Lula enfatizou que desde o início de sua gestão, em 1º de janeiro de 2023, a unidade nacional e a reconstrução de políticas bem-sucedidas têm sido prioridades. Ele argumentou que um governo que melhora vidas é a resposta mais eficaz contra extremistas que anulam a democracia, destacando que a desigualdade cria um ambiente favorável para o extremismo e a polarização política.
O ex-presidente mencionou a influência das redes sociais e plataformas digitais no cenário atual, alertando para o impacto dessas plataformas ao promoverem conteúdos inflamatórios que fortalecem o discurso extremista e minam a democracia.
Para Lula, a preservação da democracia requer não apenas a abordagem das desigualdades estruturais, mas também a atenção aos fatores que alimentam o extremismo. Ele alertou que eventos como o ocorrido no Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021 e a tentativa de golpe no Brasil em 8 de janeiro de 2023 só podem ser evitados transformando a realidade da desigualdade e do trabalho precário.