"A gente está literalmente dando um cheque em branco para a Prefeitura de Salvador", diz Laina Crisóstomo sobre empréstimos aprovados na Câmara
A militante do PSOL aproveitou também para relembrar a aprovação de outros empréstimos na Câmara
Foto: Farol da Bahia
A vereadora Laina Crisóstomo (PSOL), líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, criticou a aprovação dos empréstimos concedidos ao município nesta quarta-feira (6). Para ela, os vereadores estão dando “um cheque em branco” para a Prefeitura.
“Quando a gente recebe esses projetos no sistema, a gente vai verificando que eles são muito absurdos, especialmente por que dois deles são para o sistema de transporte público mais uma vez”, afirmou.
Com relação ao projeto que concede empréstimo para o sistema do BRT, Laina destaca a falta de transparência sobre o projeto de subsídio da tarifa aprovado em novembro. “Essa votação só acontece porque no dia 29 de novembro o presidente disse que só votaria os projetos do executivo se chegarem as planilhas do aumento da tarifa. Essas planilhas do subsídio só chegaram hoje. A gente enquanto vereador não tem acesso à informação”, disse a vereadora.
“O presidente [da Casa] fez uma conta para saber quantos ônibus serão comprados, isso não veio no projeto. A gente não sabe qual a frota. O que está acontecendo em Salvador é a redução de frotas. A gente está literalmente dando um cheque em branco para a Prefeitura de Salvador”, completou.
A ativista também criticou o empréstimo concedido para o evento Salvador Capital Afro. “A votação foi muito delicada. Quando a gente fala do empréstimo para o Salvador Capital Afro, mas, ao mesmo tempo, o desemprego e a informalidade afetam majoritariamente a população negra”, questionou.
Quando questionada sobre a rapidez das votações, a vereadora criticou a postura da Casa diante dos projetos, que pouco discutiu as questões.“Isso é casa parlamento, o debate é algo natural. Se a gente não debater, a gente não constrói para a população de Salvador”, disse ela.
A militante do PSOL relembrou a aprovação de outros empréstimos na Câmara. “Recentemente aprovamos na Casa um empréstimo de 300 milhões e um subsídio de 205 milhões. Não queremos estar na história como vereadores desse crime absurdo que é garantir a entrega da cidade ao capital privado”, concluiu.