"A gente não vai fazer nenhuma loucura ambiental", declara Lula sobre busca por petróleo na Foz do Amazonas
Presidente ainda afirmou que "ninguém pode proibir" a pesquisa
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Foto: Ricardo Stuckert / PR
Durante um evento do governo em Macapá, no Amapá, na última quinta-feira (13), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o governo não fará "nenhuma loucura ambiental", mas que "ninguém pode proibir" a pesquisa de busca por petróleo na Foz do Amazonas.
"Ninguém pode proibir a gente de pesquisar para saber o tamanho da riqueza que a gente tem, ninguém pode. Vamos trabalhar muito. Quero que o governador saiba, que os senadores saibam, que a gente não vai fazer nenhuma loucura ambiental, mas a gente tem que estudar, a gente tem que assumir compromisso de que a gente vai ser muito responsável", declarou Lula.
Lula também afirmou que o governo pretende ser mais "responsável" durante o processo. "A gente não quer poluir um milímetro de água, mas também ninguém pode proibir que a gente deixe o Amapá pobre se tiver petróleo aqui no Amapá. É apenas uma questão de bom senso", destacou.
"Aí, tem gente que fala: 'mas presidente, vai ter a COP aqui, vai ser muito ruim'. Vê se os Estados Unidos está preocupado, vê se a França, a Alemanha, a Inglaterra está preocupada. Não, eles exploram o quanto puder. É a Inglaterra que está na Guiana, a França que está aqui no Suriname. Então, só a gente vai ter que comer pão e água? Não, a gente também gosta de pão com mortadela, a gente também gosta de coisa boa", finalizou.
"Lenga-lenga" do Ibama
Lula já havia declarado algo semelhante na última quarta-feira (12), em entrevista a uma rádio do Macapá. O presidente criticou o, em suas palavras, "lenga-lenga" do Ibama para a liberação da pesquisa na Margem Equatorial.
"Eu acho que um dia a gente não vai precisar de combustível fóssil, mas esse dia está longe ainda. A humanidade vai precisar muito tempo. Tem gente que fala que não pode pesquisar a Margem Equatorial para saber se a gente tem petróleo", declarou Lula.
"Eu quero preservar, mas eu não posso deixar uma riqueza que a gente não sabe se tem e quanto é, a 2 mil metros de profundidade, enquanto Suriname e Guiana estão ficando ricos às custas que têm a 50 quilômetros de nós", completou.
Margem Equatorial
As declarações do presidente dizem respeito à solicitação da Petrobras ao Ibama para pesquisar se há petróleo na Foz do Amazonas. A companhia prevê um investimento de US$ 3,1 bilhões para a perfuração de 16 poços na Margem Equatorial.