'A mim não importa, do ponto de vista do Brics, quem ganhe a eleição na Argentina', diz Lula
Argentina e outros cinco países devem se juntar ao grupo a partir de 2024
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (24), que, pensando no Brics, "não importa" qual candidato vai vencer as eleições na Argentina no mês de outubro.
A Argentina é um dos seis países que serão incorporados ao Brics a partir de janeiro de 2024. Hoje, compõem o grupo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A partir de 2024, entram na lista: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
"A mim não importa do ponto de vista do Brics quem ganha as eleições na Argentina. Tudo mundo sabe que sou amigo do Alberto Fernández. O Brasil, enquanto Estado, vai negociar com o Estado argentino independentemente de quem seja o presidente. Pode ser que o presidente não queria negociar com o Brasil, é um direito livre e soberano dele, ninguém vai obrigar", disse Lula.
Lula foi questionado se a inclusão da Argentina no Brics não representava uma interferência internacional no cenário eleitoral do país vizinho.
"A responsabilidade que tomamos hoje, e é isso que dá seriedade à escolha da Argentina, é que a gente não está colocando a questão ideológica dentro do Brics. A gente está colocando a importância geopolítica de cada Estado. A Argentina é muito importante na relação com o Brasil e na relação com a América do Sul", respondeu Lula.
"O Brics é uma realidade inexorável. Vai ter problemas? Vai. Vai ter gente que vai gostar mais ou menos? Vai. Mas isso é da política", prosseguiu.
Na manhã desta quinta, a candidata à presidência da Argentina Patrícia Bullrich disse em um evento para empreendedores que se opõe à entrada do país no grupo. "É necessário deixar claro que sou contrária à adesão aos Brics", afirmou
Os demais candidatos não se pronunciaram publicamente sobre a adesão ao bloco.
Líder nas primárias eleitorais, o ultradireitista Javier Milei defende a dolarização da economia e a aproximação da Argentina com os Estados Unidos – o que pode sinalizar uma oposição futura também ao Brics.
