"A sociedade civil só deve se armar do voto", diz ministro Edson Fachin
Em entrevista, presidente do TSE também analisa que Brasil vive 'cenário de riscos'
Foto: Antonio Augusto/TSE
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, defendeu que há riscos contra a democracia e o desarmamento da população, em entrevista nesta sexta-feira (12) à NSC.
Para Fachin, que deixa a presidência da Corte na terça-feira (16), para dar lugar ao ministro Alexandre de Moraes, a sociedade deve ligar o sinal de alerta porque há ameaças reais.
“Quando se defende, e uma alta autoridade pública defende intervenção militar, isso significa uma voz do lugar dessa autoridade, que é uma voz que agride a Constituição. É uma voz que ofende a legalidade constitucional, as instituições. Isso é um sintoma que requer que estejamos alerta. Quando há desfile de tanques ao lado da sede do Supremo Tribunal Federal, nós não podemos cruzar os braços. Juiz faz e deve fazer juízos de contenção. Mas diante de ataque às instituições, os juízes também, como os cidadãos e as cidadãs, não podem cruzar os braços”, opinou.
O ministro também defendeu um período eleitoral sem violência e que o armamento da população não trará resultados positivos.
“A Constituição Federal atribui à Justiça Eleitoral a tarefa de organizar, realizar as eleições e proclamar os eleitos. A mais ninguém. E a Justiça Eleitoral é portanto uma força desarmada. A sociedade civil só deve se armar do voto. Porque a eleição é o meio não violento, é a forma pacífica, que a sociedade tem de expor seus dissensos e escolher um ou outro candidato.”