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"A Valec já tinha que ter fechado, centro de corrupção", diz Paulo Guedes

Ministro da Economia afirmou que as estatais deficitárias "enterram o lucro" das superavitárias

Por Da Redação
Ás

"A Valec já tinha que ter fechado, centro de corrupção", diz Paulo Guedes

Foto: Andre Coelho/Getty Images

Paulo Guedes, ministro da Economia, declarou no domingo (14) que a empresa estatal de ferrovias ligada ao Ministério da Infraestrutura, Valec, deveria ser fechada, segundo informações divulgadas pelo Portal R7. O comentário foi feito durante a abertura da Dubai Air Show, feira de aviação em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

"São quatro ou cinco empresas que geram R$ 28 bilhões de um lado, e a gente carrega 150 deficitárias do outro lado, Valec, EBP [Estruturadora Brasileira de Projetos]. A EBP fez um trem-bala que não existe, a Valec já tinha que ter fechado, centro de corrupção", disse o ministro em conversa com jornalistas. 

A Valec, assim como quase toda a área federal de transportes, era um feudo do Partido Liberal (PL), com o qual o presidente Jair Bolsonaro negocia filiação. Em 2011, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), a Valec e o próprio comando do Ministério dos Transportes (hoje Infraestrutura) tiveram que ser trocados diversas vezes por causa de suspeitas de corrupção. Em 2020, já no governo Bolsonaro, a empresa continuava a registrar denúncias de irregularidades.

O ministro da Economia afirmou que apenas cinco estatais brasileiras fecham o ano com saldo positivo. "Nós ganhamos 28 bilhões de reais todo ano, são mais de 5 bilhões de dólares, com as estatais superavitárias, só que a gente enterra nas deficitárias", disse ele.

Segundo Guedes, a outras empresas do Estado, classificadas por ele como deficitárias, anulam o lucro pois, segundo o ministro, dão prejuízo de R$ 27 bilhões. 

No entanto, ao ser questionado sobre a privatização dos Correios, o ministro foi evasivo. "Está fora do cronograma, mas vamos continuar insistindo", afirmou. O projeto que permite a privatização da estatal foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto deste ano, porém não possui perspectiva de avançar no Senado.

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