Abin alertou ex-ministro do GSI sobre possível confronto antes da invasão dos Três Poderes
Os alertas foram enviados via WhatsApp para 13 órgãos ligados ao Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin)
Foto: Reprodução/TV Bahia
Em um relatório enviado à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, a Abin informou que manifestantes afirmavam que as forças de segurança policiais e militares não iriam confrontá-los.
Os alertas foram enviados via WhatsApp para 13 órgãos ligados ao Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) e para o então ministro do GSI. O relatório compilou as mensagens distribuídas entre os dias 2 e 8 de janeiro. No entanto, o documento foi mantido sob sigilo.
O general Gonçalves Dias negou ter recebido os alertas e só tomou conhecimento das informações quando reuniu os dados para responder aos questionamentos da CCAI. O Ministério da Justiça também afirmou não ter sido notificado dos informes.
O relatório indicou que três avisos foram repassados somente ao ex-ministro Gonçalves Dias, todos na tarde do dia 8. O primeiro alerta, às 12h05, indicou que o deslocamento dos manifestantes entre o Quartel-General do Exército e a Esplanada dos Ministérios estava previsto para às 13h e que havia relatos de pessoas que se diziam armadas.
O segundo alerta, às 13h, informou sobre um discurso radical de vândalo com perfil já conhecido com ânimo exaltado. A última mensagem alertou para a possibilidade das forças de segurança serem coniventes com os protestantes.
O relatório da Abin sugere que houve falha na comunicação das forças de segurança e que medidas mais enérgicas contra os radicais só começaram a ser tomadas após o governo decretar intervenção federal na segurança do Distrito Federal.