Ação da PM na Gamboa, em Salvador, termina com dois baleados e um morto
Segundo moradores, policiais chegaram atirando e jogando gás lacrimogêneo, na madrugada desta terça-feira (1ª)
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Uma ação da Polícia Militar, na madrugada desta terça-feira (1º), na comunidade Solar do Unhão, que fica na região da Gamboa, em Salvador, terminou com três pessoas baleadas. Uma delas não resistiu e morreu. Ainda não há informações sobre o estado de saúde das outras duas vítimas.
Segundo informações de moradores, os policiais chegaram jogando gás lacrimogêneo e atirando, por volta das 2h. No tiroteio, três pessoas foram atingidas: um jovem de 20 anos – que estava na casa da namorada–, uma mulher de 30 anos e um outro jovem, que ainda não foi identificado.
Ambas as vítimas foram socorridas para o Hospital Geral do Estado (HGE). A única vítima identificada, o jovem Alexandre Santos, não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade médica. Ainda não há informações sobre os estados de saúde das outras duas vítimas.
Protesto
Devido a essa ação dos policiais militares, os moradores da Gamboa realizam um protesto na Avenida Lafayete Coutinho, mais conhecida como Avenida Contorno. O grupo fechou a pista nos dois sentidos (subida para o Campo Grande, e descida para o Comércio) e pede o fim da violência policial na comunidade.
Uma mulher, que se identificou como parente de uma das vítimas, relata que o outro homem baleado também morreu. No entanto, ainda não há confirmação oficial desta segunda morte. A mulher preferiu não se identificar.
“A polícia chegou aqui para fazer o trabalho dela, mas fez um trabalho truculento. [Os policiais] Chegaram com a viatura dando muitos tiros, chegaram com bombas de lacrimejantes [gás lacrimogêneo], mataram dois meninos aqui, com requintes de crueldade. Eles fizeram isso, deram tiro na população, executaram com sangue frio. Que eles cheguem aqui para fazer o trabalho deles, mas assim não pode. Na Gamboa de Baixo não tem só traficante e ladrão, tem moradores, gente de bem, tem crianças. Eles têm que fazer o trabalho deles, a população não mexe, mas chegar da forma que chegaram, dando tiro e matando, tá errado”, declarou a mulher.
“A polícia chegou dando um monte de tiro, ainda abriu a minha torneira para lavar o sangue dos meninos, que eu vi pequenos. Meu sobrinho, que eu peguei no colo e vi desde criança. Um bom menino, que não teve o direito de se defender”, complementou.
Durante o protesto, moradores também negaram que houve troca de tiros com os agentes da Polícia. A comunidade segue sustentando a versão de que os policiais chegaram no local e atiraram sozinhos.