O peso da negociação do acordo de livre comércio entre Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE) deve gradativamente aumentar nos dias subsequentes à sexta-feira (29), quando autoridades de ambos os blocos, que inclui o mandatário brasileiro Jair Bolsonaro, fecharam esta parceria.
Diga-se, um acordo histórico. Um exercício diplomático do Brasil, Argentina e Uruguai e Paraguai que destrava uma negociação que se arrastava por 20 anos, que já mostrava sinais de um desfecho positivo na era Michel Temer.
Juntos, os blocos representam cerca de 25% do PIB mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas. Os números são todos favoráveis a perspectivas otimistas ao futuro principalmente dos países do Cone Sul. Em termos de Brasil, a estimativa do Ministério da Economia é que o acordo represente um incremento do Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 87,5 bilhões, mas em 15 anos.
Óbvio, e com méritos, Bolsonaro se posiciona como protagonista nesta conquista – enquanto presidente, também terá responsabilidade em conduzir tomadas de decisões para fazer valer as expectativas do mercado e do Ministério da Economia.
E se com grandes poderes a demanda para administrá-las aumenta, recairá sob o presidente uma necessidade de afinar o diálogo com o Congresso, para que medidas provenientes deste acordo sejam deliberadas e aplicadas com fluência, em suma, que façam valer o caráter histórico desta parceria entre o cambaleante bloco sul-americano e o encorpado europeu.