Adolescente brasileira denuncia abuso sexual contra padrasto na Espanha e pai tenta repatriá-la para o Brasil
Menina foi encaminhada para um abrigo do país e está sob os cuidados das autoridades espanholas

Foto: Reprodução / Google Street View
Um pai brasileiro tenta repatriar a filha, de 14 anos, após a adolescente denunciar que havia sido abusada sexualmente pelo padrasto. A menina, que vive na Espanha com a mãe desde 2019, foi encaminhada para um abrigo no país depois que a escola acionou as autoridades. As informações são do g1.
O suspeito tem 49 anos e é companheiro da mãe da adolescente, que também está sob investigação das autoridades espanholas.
O Departamento de Bem-Estar Social do Conselho de Mallorca (IMAS), ilha onde a menina está, emitiu resolução de tutela urgente no dia 23 de janeiro de 2025. Traduzido, o documento pontua:
"A menor verbaliza medo após retornar à casa do casal do padrasto e suposto agressor sexual. [...] A menor foi ameaçada pelos pais para não revelar ou falar sobre a situação de agressão sexual. A mãe a acusou de desestruturar a família."
O espaço em Mallorca é um centro de residência temporária para adolescentes entre 13 e 17 anos em situação de vulnerabilidade e atende as necessidades emocionais, sociais, educacionais e de saúde dos amparados.
De acordo com o pai, a filha foi autorizada a se mudar para a Espanha quando ela tinha oito anos de idade, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e estudos. No entanto, com o passar dos últimos meses, a jovem passou a ficar diferente.
"Ela começou a ficar mais calada, não falava comigo direito e fazia uns desenhos estranhos. A mãe começou a restringir as conversas. Em janeiro deste ano, percebi que as mensagens não chegavam mais no número da minha filha. Entrei em contato com a minha ex-companheira. Ela disse que a menina estava sem celular", contou o pai.
Ao insistir em falar com a adolescente, a mãe afirmou ao pai que as autoridades levaram a filha para um abrigo, mas não mencionou o motivo que consta no documento. Ao pai, ela afirmou que a menina tinha problemas psicológicos e que foi levada depois de ter mentido sobre o padrasto na escola.
"Entrei em contato com o Itamaraty e com o consulado de Barcelona, que me enviou um e-mail com todo o caso. Só aí eu descobri as denúncias dos abusos. [...] Tinha denúncia de 2020. [...] As autoridades locais estavam atrás de mim desde junho do ano passado para tratar sobre isso, mas a mãe disse aos órgãos que não tinha contato comigo e nem sabia onde eu estava."
Segundo o homem, a ex-esposa perdeu a guarda da adolescente, que está sob os cuidados do governo Espanhol. "A mãe dela perdeu a guarda. O pai e a mãe da minha filha eram o governo espanhol. Como ela não tem nenhum outro brasileiro com parentesco sanguíneo no país, o estado assumiu esse papel. A luta inicial foi essa. Agora preciso trazê-la ao Brasil."
"Foram enviados todos os documentos, mas o IMAS não retorna, não confirma se está tudo tudo 'ok' e se já pode liberar ela. Temos advogados habilitados no Brasil e na Espanha. O consulado e o Itamaraty estão cientes, mas parecem não dar a devida atenção. Enquanto isso, minha filha está cada vez mais triste e angustiada".
As partes envolvidas foram procuradas pela reportagem, mas não emitiram nota de posicionamento até o momento.