Advogado de Moro diz que argumento do PL em pedido de cassação do senador eleito não é válido
Partido enviou à Justiça Eleitoral o requerimento para invalidar a eleição do ex-juiz por ter supostamente antecipado a campanha
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
No pedido de cassação do mandato do senador eleito Sergio Moro (UB-PR), enviado à Justiça Eleitoral pelo PL, é usado o exemplo da ex-senadora pelo Mato Grosso Selma Arruda, afastada do cargo em 2019 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido acusa Moro de ter cometido abuso do poder econômico e uso de caixa dois na campanha eleitoral.
O advogado Gustavo Guedes, que defendeu Selma e vai atuar a favor de Moro no processo, as duas situações não podem ser comparadas e o argumento não é válido.
O PL diz que, antes de se lançar candidato ao Senado pelo União Brasil, Moro era membro do Podemos e foi tratado como pré-candidato à Presidência da República. Por causa disso, ainda antes do período eleitoral, o ex-juiz teria utilizado cerca de R$ 2 milhões em gastos com viagens e segurança privada, mas não declarou esses valores na prestação de contas da campanha.
Para o PL, o uso dos recursos caracteriza pagamento de despesas de campanha em período pré-eleitoral, o que é proibido pela lei. Foi justamente esse o argumento que levou a Justiça Eleitoral a cassar o mandato de Selma Arruda.
“O conjunto das ações é orquestrado de forma a usufruir de estrutura e exposição de pré-campanha presidencial para, num segundo momento, migrar para uma disputa de menor visibilidade, menor circunscrição e teto de gastos vinte vezes menor, carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente”, acusa o partido.
Por meio de nota, Moro também contestou a versão apresentada pelo PL. “Sei da lisura das minhas ações, suplentes e fornecedores. Não houve aplicação ilegal de recursos, tampouco caixa 2, triangulação ou gastos além do limite. Tentam nos medir com a régua deles. Mas nossa retidão moral é inabalável e inquestionável, como será novamente demonstrado. Ao final serão processados, eles sim, pelas falsidades levantadas", escreveu o senador eleito.