Política

Advogado diz que Bolsonaro nunca recebeu dinheiro em mãos de Mauro Cid

Dinheiro seria repassado após venda de relógio dado pelo governo saudita

Por Da Redação
Ás

Advogado diz que Bolsonaro nunca recebeu dinheiro em mãos de Mauro Cid

Foto: Alan Santos/PR

O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu a declaração da defesa do tenente-coronel Mauro Cid sobre o caso das joias. Paulo Amador da Cunha Bueno disse, nesta sexta-feira (18), que o ex-chefe do Executivo nunca recebeu dinheiro em espécie do ex-ajudante de ordens pela venda do relógio Rolex.

"Bolsonaro nunca recebeu valor em espécie de Cid referente à venda de nada", afirmou o advogado em entrevista à GloboNews.

Mais cedo, Cezar Bitencourt, advogado do tenente-coronel, disse que o ex-presidente ou a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro "provavelmente" receberam o dinheiro pela venda do relógio dado pelo governo saudita.

Sobre o conjunto de joias, o advogado de Bolsonaro diz que o ex-presidente tinha o direito de vender os itens e que tudo foi feito dentro da lei. "A legislação expressa que, uma vez dirigidos ao acervo privado de interesse público da Presidência, o presidente da República tem a faculdade de vendê-los, inclusive, o direito de herança sobre esses bens", declarou.

O advogado acrescentou que as joias foram entregues ao TCU por iniciativa da defesa do ex-presidente. "Os bens foram depositados no TCU a pedido da defesa, e o que entregou esse pedido estava absolutamente dentro da lei", completou.

​​​​​​Entenda o caso

A revista Veja publicou na noite dessa quinta-feira (17) que Mauro Cid havia decidido confessar que vendeu joias nos Estados Unidos a mando de Bolsonaro. Ainda segundo a reportagem, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República iria dizer que o dinheiro arrecadado foi enviado ao ex-presidente, o que pode configurar peculato e lavagem de dinheiro.

Menos de 24 horas depois de confirmar a veículos de imprensa que o tenente-coronel Mauro Cid iria apontar Jair Bolsonaro (PL) como mandante do esquema que desviou presentes milionários recebidos pela Presidência da República, o advogado Cezar Bitencourt recuou e afirmou não ter falado sobre as transações envolvendo as joias recebidas pelo ex-presidente por delegações estrangeiras.

Em mensagem enviada ao Estadão na madrugada desta sexta-feira, 18, Bitencourt disse: "Não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Veja não se falou em joias [sic]". 

Após o advogado Cezar Bittencourt declarar para o jornal Estadão, que a revista Veja ‘errou’ ao divulgar que Mauro Cid faria uma confissão sobre o caso das joias, o periódico divulgou nesta sexta-feira (18) um áudio sobre a situação. Na gravação, Bittencourt afirma que Cid assumiu que foi pegar as joias à mando do ex-presidente, para vendê-las.

"Por exemplo, ele não nega os fatos. O Cid não nega os fatos. Ele assume que foi pegar as joias. ‘Resolve isso lá’. Ele foi resolver. ‘Vende a joia’. Ele vende a joia. E o Alexandre de Moraes está muito duro, está extremamente duro. Eu vou estar com o Alexandre na segunda-feira – aliás, talvez não segunda porque ele pode não estar aqui. Mas vou conversar com ele sobre o caso", afirma Cézar em áudio divulgado pela revista.

Logo após, o advogado confirma que a ordem da venda das joias partiu do ex-presidente, Jair Bolsonaro, e afirma que Cid não ficou com nada, apenas repassou valores.

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