Agente da Abin é demitido por vazar dados sigilosos do caso Flávio Bolsonaro nas 'rachadinhas'
Cristiano Ribeiro fotografou a tela do computador e enviou para pessoas que não pertenciam à agência
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Cristiano Ribeiro foi demitido do serviço secreto pelo governo federal na manhã desta sexta-feira (2). O motivo teria sido por causa do vazamento de dados sigilosos que municiaram reportagem sobre um servidor do órgão que, segundo a matéria, atuou para “blindar” Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas. A informação é da coluna Paulo Cappelli, do Metrópoles.
Segundo a publicação, Ribeiro fotografou a tela de seu computador na Abin e enviou para pessoas que não pertenciam à Agência Brasileira de Inteligência. O episódio ocorreu ainda durante o governo Bolsonaro. Antes de ser demitido, o agente foi alvo de operação de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), que devassou seus aparelhos eletrônicos.
A imagem vazada por ele continha o organograma do Centro de Inteligência Nacional da Abin, com fotos e nomes dos servidores titulares de cada coordenação e seus respectivos substitutos.
A apuração feita pela Abin apontou que o conteúdo e dados foram utilizados em uma reportagem do site "Intercept Brasil" publicada em dezembro de 2020.
Os jornalistas ouviram uma fonte da agência que, sob reserva, afirmou que tanto ela quanto seus colegas “desconfiavam” de que o policial federal Marcelo Bormevet, à época lotado na Abin, teria produzido relatórios para blindar Flávio no caso das rachadinhas.
Na ocasião, Bormevet ocupava um posto-chave no CNI. Era coordenador-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa. Delegado de carreira da PF, ele atuava, até sexta-feira passada (26/1), como assessor da Subchefia Adjunta de Infraestrutura da Casa Civil da Presidência.
A apuração apontou o cometimento de duas irregularidades: “revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo” e “improbidade administrativa”.