'Agressão injusta', afirma Jorge Messias depois de ter visto revogado pelos EUA
Gestão de Trump tem aplicado diversas sanções ao Brasil como retaliação ao julgamento de Bolsonaro

Foto: José Cruz/Agência Brasil
O advogado-geral da União, Jorge Messias, se referiu como uma "agressão injusta" à revogação, pelo governo dos Estados Unidos, do seu visto norte-americano.
A informação relacionada à revogação do visto foi divulgada nesta segunda-feira (22) pela agência de notícias Reuters e, logo em sequência foi confirmada pelo AGU. De acordo com a reportagem, o governo de Donald Trump também revogou os vistos de outras cinco autoridades brasileiras.
Esta é uma nova investida de retaliações dos EUA contra membros do governo e do Judiciário brasileiros pela condenação de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado e por ações contra empresas americanas.
Em nota encaminhada à imprensa, Jorge criticou ainda as sanções impostas pelos EUA contra autoridades brasileiras e familiares, como é o caso da esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Viviane Barci de Moraes. Ela foi alvo da Lei Magnitsky, norma utilizada pelos EUA para punir estrangeiros, também nesta segunda.
Para Moraes, as medidas recentes aplicadas pela gestão de Donald Trump agravam um "desarrazoado conjunto de ações unilaterais, totalmente incompatíveis com a pacífica e harmoniosa condução de relações diplomáticas" de 200 anos entre Brasil e EUA.
"Diante desta agressão injusta, reafirmo meu integral compromisso com a independência constitucional do nosso Sistema de Justiça e recebo sem receios a medida especificamente contra mim dirigida. Continuarei a desempenhar com vigor e consciência as minhas funções em nome e em favor do povo brasileiro", afirma a nota de Jorge Messias.
Retaliação
A gestão de Donald Trump tem aplicado várias sanções a autoridades brasileiras depois do julgamento e condenação de Bolsonaro pela trama golpista de 8 de janeiro e ações do STF contra empresas norte-americanas, como a Rumble.
Segundo informado pela Reuters, o governo dos EUA também revogará o visto de outras cinco autoridades brasileiras, em mais uma sequência de retaliações. Dentre eles estão os seguintes:
José Levi, ex-AGU e ex-secretário-geral de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE;
Airton Vieira, juiz auxiliar de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF)
Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral; e
Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes.
Além de Jorge Messias, os EUA já haviam suspendido em julho os vistos do ministro Alexandre de Moraes e de outros sete ministros do STF:
Luís Roberto Barroso, o presidente da Corte;
Edson Fachin, vice-presidente;
Dias Toffoli;
Cristiano Zanin;
Flávio Dino;
Cármen Lúcia; e
Gilmar Mendes.
Os ministros do STF André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram fora da lista.