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Política

AGU manda novo ofício a Celso de Mello e pede que não divulgue a íntegra do vídeo de reunião com Bolsonaro e Moro

O prazo de 72 horas para entrega do vídeo vence neste sábado

Por Da Redação
Ás

AGU manda novo ofício a Celso de Mello e pede que não divulgue a íntegra do vídeo de reunião com Bolsonaro e Moro

Foto: Reprodução/G1

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou nesta sexta-feira (8), o terceiro ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, pedindo que o ministro não permita a divulgação do conteúdo integral do vídeo da reunião do conselho de ministros que comprovaria declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre interferências na Polícia Federal. 

No ofício, a AGU pede ao ministro que seja definida previamente a "cadeia de custódia" do vídeo após sua entrega - ou seja, o órgão quer saber por quais setores e servidores públicos o material passará até sua análise, para evitar vazamentos. A AGU também solicita a Celso que recomenda à PF "realizar a segregação dos elementos que sejam pertinentes daqueles que não sejam pertinentes ao Inquérito em epígrafe para o fim de juntada definitiva dos primeiros aos autos".

Nesta quinta-feira (7), a AGU havia solicitado a Celso de Mello permissão para entregar somente trechos do vídeo, mas o ministro não respondeu ao pedido. Antes disso, a AGU também havia solicitado reconsideração da ordem, sob argumento de que a reunião mostrava "assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de Relações Exteriores, entre outros".

O prazo de 72 horas para entrega do vídeo começou a contar na quarta-feira, a partir da intimação expedida ao Palácio do Planalto, e, em tese, vence no sábado. Com isso, na avaliação de advogados, a AGU poderia entregá-lo nesta sexta-feira ou postergar a entrega para a segunda-feira.

Segundo Sérgio Moro, Bolsonaro afirmou na referida reunião que desejaria trocar o superintendente da PF no Rio de Janeiro e, caso não pudesse fazer isso, ameaçou demitir o então diretor-geral da PF Maurício Valeixo ou o próprio Moro. O inquérito apura se houve interferências indevidas de Bolsonaro na PF e se essas interferências caracterizariam crimes como obstrução de Justiça e advocacia administrativa.

Após a informação dada por Moro, o procurador-geral da República Augusto Aras solicitou que fosse fornecido o vídeo, para permitir o prosseguimento da investigação do caso. 
 

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