Aladilce critica viagem de Bruno Reis sem repasse de cargo e rebate fala irônica do prefeito: ‘Lamentável’
Após viagem à Itália, chefe do Executivo Municipal atribui críticas da oposição à “saudade”

Foto: Reprodução/Redes Sociais
A líder da bancada de oposição na Câmara Municipal de Salvador (CMS), vereadora Aladilce Souza (PCdoB), lamentou nesta segunda-feira (30), em entrevista ao Farol da Bahia, que o prefeito Bruno Reis (União Brasil) tenha ido e voltado de viagem à Europa sem comunicar à Casa nem transferir formalmente o cargo para a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT).
Segundo a parlamentar, a Câmara só soube da viagem de Bruno à Itália, feita na semana passada com a primeira-dama Rebeca Cardoso e o filho mais novo, após o próprio prefeito divulgar nas redes sociais que teria um encontro com o Papa Leão XIV. Ainda de acordo com ela, o retorno também só foi percebido quando Bruno reapareceu em agenda pública hoje.
"As atitudes do prefeito precisam estar em conformidade com o que diz a Lei Orgânica do Município, então é preciso comunicar oficialmente. Ana Paula ficou no município, mas numa situação até desconfortável. Ela é uma vice-prefeita experiente, está no segundo mandato. Deveria ter exercido o papel de prefeita nesses dias de ausência", afirmou.
Nos bastidores, pessoas ligadas à gestão municipal afirmam que a resistência de Bruno em passar o cargo gerou mal-estar interno.
Foto: Reprodução/Redes Sociais (Bruno Reis, Rebeca Cardoso e filho no Vaticano)
Prefeito ironiza críticas sobre ausência
Durante agenda em Brotas nesta segunda (30), o prefeito ironizou as críticas que recebeu enquanto estava fora, dizendo que “sentiram saudade” dele. Para Aladilce, a declaração foi "lamentável" e demonstra falta de seriedade com o cargo.
"A oposição fez questionamentos ao prefeito enquanto chefe do Poder Executivo. Isso não é sobre sentir ou não sentir saudade. A Câmara tem o dever de fiscalizar o Executivo e sinalizamos que a cidade estava sem representação institucional formalmente definida", disse.
A vereadora ressaltou ainda que Bruno tem direito ao descanso, como qualquer gestor, mas precisa seguir a lei.
"O prefeito pode tirar licença e viajar, desde que comunique oficialmente à Câmara. A Prefeitura não pode ficar sem uma representação institucional definida, e foi isso que aconteceu", concluiu.