Alberto Fernández perde força governista nas eleições legislativas da Argentina
A coalizão de oposição "Juntos pela Mudança" teve 40,1% dos votos

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As eleições legislativas da Argentina, realizadas no domingo (14), apontam um revés sofrido no meio do mandato do presidente Alberto Fernández. A coalisão governista perdeu o controle no Senado e até mesmo na Câmara dos Deputados, que também era dominada por aliados de Fernández, haverá um equilíbrio entre situação (com 118 deputados) e oposição (com 116), segundo o "La Nación".
Na província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país, a principal coalizão de oposição, a "Juntos pela Mudança", teve 40,1% dos votos. A "Frente de Todos", a coalizão do presidente, obteve apenas 38,4%.
A liderança da coalizão de oposição também liderou as votações nas cidades de Santa Fé, Córdoba e na cidade de Buenos Aires, além de outros distritos com importante peso eleitoral.
A participação de eleitores nesta eleição foi de 71%, a menor desde o retorno da democracia na Argentina. Um total de 127 deputados foram escolhidos, representando metade das cadeiras na Câmara dos Deputados, e 24 senadores em oito províncias, o que é um terço da Câmara. Os novos parlamentares tomarão posse no próximo mês, em dezembro.
Esta será a primeira vez, desde a volta da democracia na Argentina, em 1983, que um presidente da corrente política peronista vai precisar de aliados no Legislativo para conseguir aprovar leis, conforme informações do jornal 'Clarín'.
O triunfo da coalizão de centro-direita, oposição do governo, "Juntos pela Mudança" indica que Fernández terá dificuldades em seus dois últimos anos de mandato.
A Argentina enfrenta um crise inflacionária e busca um acordo de refinanciamento de dívidas com o Fundo Monetário Internacional para estabilizar a economia.
Há ainda a possibilidade de se intensificarem as divisões dentro da coalizão governista. Na Argentina, o vice-presidente também tem o cargo de presidente do Senado. Neste caso, o cargo é ocupado por Cristina Kirchner.