Alberto Fernández tem celular apreendido em Buenos Aires após denúncias de agressão
Medida objetiva verificar se Fernández continuou assediando a ex-primeira-dama depois de ter sido notificado da denúncia
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A Justiça da Argentina realizou uma operação de busca e apreensão no apartamento do ex-presidente Alberto Fernández na noite de sexta-feira (9), em Buenos Aires, após denúncias de agressão apresentadas por sua ex-mulher Fabiola Yañez. Ele teve seu celular confiscado.
A medida tem como objetivo verificar se Fernández continuou assediando a ex-primeira-dama depois de ter sido notificado da denúncia, de acordo com o jornal argentino Clarín.
A busca foi realizada por agentes da Polícia Federal no 12º andar do edifício River View, em Puerto Madero, onde Fernández mora em um apartamento emprestado por um amigo. Durante o dia, o ex-presidente permaneceu no local com poucos amigos e familiares, de acordo com o periódico.
A ordem de busca da Justiça determinou que Fernández entregasse todos os dispositivos eletrônicos que tinha em sua residência. Essa ação é para averiguar o cumprimento de medidas cautelares emitidas esta semana que o proíbem de se comunicar sob qualquer circunstância com Fabiola.
Esta é a primeira providência adotada neste caso, que está sob segredo de justiça desde que foi formalmente registrado, segundo o Clarín. A Justiça aguarda o depoimento de Fabiola para determinar o andamento do caso. Ela deverá fornecer detalhes como datas, locais, se houve testemunhas ou não, entre outros dados.
A repercussão política na Argentina escalou quando o nativo digital Infobae publicou as fotos de Yañez machucada, nos olhos e nos braços, na quinta (8). A própria Fabiola as teria enviado a Fernández pelo aplicativo WhatsApp.
Em capturas de tela das mensagens também reveladas pelo portal, há textos como: "Isso já não funciona se a todo momento você me bate. Não posso deixar que você me faça isso quando não te fiz nada. Tudo que tento fazer é defender-me, e você me agride fisicamente."
Em outra, a ex-primeira-dama relata que havia três dias que Fernández a agredia. O peronista se torna o primeiro presidente argentino da história acusado formalmente de violência de gênero.
Ao apresentar uma denúncia por videochamada ao juiz Julián Ercolini, Yañez acusou o ex-marido de violência física e assédio. Disse que sofria terrorismo psicológico e que temia por ela e pelo filho.
Fernández se manifestou em nota. Antes da divulgação das fotos pela imprensa, disse que "a verdade dos fatos é outra; apenas direi que é falso e que jamais ocorreu o caso de que agora me acusam".
"Pela integridade de meus filhos, da minha pessoa, e também da própria Fabiola, não farei declarações midiáticas, mas apresentarei diante da Justiça as provas e os testemunhos que vão evidenciar o que realmente ocorreu."