Alckmin critica possível tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros
Vice-presidente diz não haver justificativa para sobretaxa

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (9) que uma eventual decisão dos Estados Unidos de aumentar tarifas sobre produtos brasileiros será injusta e pode trazer prejuízos também à economia norte-americana.
“Eu não vejo nenhuma razão para aumento de tarifa em relação ao Brasil. O Brasil não é problema para os Estados Unidos. Então, é uma medida que em relação ao Brasil é injusta e prejudica a própria economia americana”, declarou Alckmin.
A manifestação ocorre após o presidente dos EUA, Donald Trump, informar que deve anunciar em breve novas tarifas de importação contra o Brasil. “O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom. Vamos divulgar um dado sobre o Brasil, acredito, no final desta tarde ou amanhã de manhã”, disse Trump a jornalistas durante um evento na Casa Branca.
Nos últimos dias, Trump tem ampliado medidas de taxação a parceiros comerciais, atingindo países como Argélia, Brunei, Iraque, Líbia, Moldávia, Sri Lanka e Filipinas, com alíquotas de até 30%. O Brasil, até o momento, foi incluído em uma sobretaxa de 10% sobre produtos exportados, a menor entre os países afetados.
O governo brasileiro tem adotado cautela nas negociações com os EUA, reforçando que os americanos possuem superávit na balança comercial com o Brasil, o que, segundo autoridades, é um ponto favorável ao país nas tratativas.
Apesar da posição moderada adotada em reuniões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito críticas públicas a Trump, chegando a compará-lo a um “imperador” e defendendo a redução do papel do dólar no comércio internacional em discursos no Brics.
Em resposta, Trump indicou que os países que apoiarem “políticas antiamericanas” defendidas pelo Brics poderão ser alvo de uma tarifa adicional de 10% em suas exportações aos Estados Unidos.