Lula decide reconduzir mandato de Paulo Gonet na PGR às vésperas do julgamento de Bolsonaro
A nova nomeação terá de passar pelo aval do Senado, com sabatina na CCJ

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Lula (PT) assinou a recondução de Paulo Gonet para o cargo de procurador-geral da República, por mais dois anos.
O mandato de Gonet terminaria em dezembro.
A decisão ocorre faltando menos de uma semana para o início do julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro no caso da trama golpista.
A nova nomeação terá de passar pelo aval do Senado, com sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e depois votação no plenário, tendo pelo menos 41 votos.
À frente da PGR, Gonet mudou os rumos do seu antecessor e deu início a um estreito alinhamento com o ministro Alexandre de Moraes e também com a Polícia Federal.
O procurador foi responsável, entre outras coisas, por apresentar a denúncia contra Bolsonaro, apontando-o como líder da tentativa de golpe. As acusações incluem crimes cujas penas máximas, somadas, podem chegar a 43 anos de prisão --sem contar os agravantes.
De acordo com pelo menos um auxiliar de Lula, a decisão de antecipar a recondução se deu para evitar as disputas que normalmente ocorrem dentro do órgão para a formação de uma lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), com nomes escolhidos internamente.
Embora seja uma praxe da categoria, não há previsão na lei de que o presidente da República deva seguir essa lista. Em 2023, Lula já tinha ignorado a tradição quando indicou Gonet pela primeira vez. Antes, Jair Bolsonaro fez o mesmo ao escolher Augusto Aras e, por isso, virou alvo de ataques de petistas.