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Política

Alckmin diz que dólar vai passar por acomodação se Congresso der resposta rápida com pacote de gastos

O governo divulgou o valor total de R$ 546,6 bilhões, que engloba recursos que já foram alocados em anos passados

Por FolhaPress
Ás

Atualizado
Alckmin diz que dólar vai passar por acomodação se Congresso der resposta rápida com pacote de gastos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou nesta terça-feira (3) que o mercado de câmbio deverá passar por um processo de acomodação, se o Congresso Nacional atuar com rapidez para aprovar o pacote de contenção de gastos da equipe econômica.

"Sobre dólar, sobre o câmbio, ele tem um componente interno e tem um componente externo. Ontem, no mundo inteiro, nós tivemos um estresse maior por componente externo. Por isso eu acho que essas coisas são transitórias. O câmbio é flutuante, do jeito que ele sobe, ele cai. Ele é flutuante", afirmou o vice-presidente.

"Em relação ao componente interno, eu acho que vai ficar claro, se o Congresso der uma resposta rápida neste mês de dezembro aprovando as medidas para cumprir o arcabouço de déficit primário zero, aprovando as medidas que o governo encaminhou, que reduzem despesas no curto, médio e longo prazo. Então, não só zera o déficit agora, mas já prevê uma redução de despesas também nos próximos anos. Eu acho que na medida em que isso ficar claro, nós devemos ter uma acomodação do dólar, o câmbio mais baixo", completou.

As declarações foram dadas após cerimônia no Palácio do Planalto para anúncio de nova rodada de investimentos, no âmbito do programa NIB (Nova Indústria Brasil). A nova rodada busca desenvolver as cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética.

O governo divulgou o valor total de R$ 546,6 bilhões, que engloba recursos que já foram alocados em anos passados. São R$ 250,2 bilhões em recursos públicos em linhas de crédito, sendo que R$ 198,1 bilhões foram alocados em 2023 e 2024. Outros R$ 52,18 bilhões estão disponíveis para 2024 a 2026.

Já o setor privado prevê investimentos de R$ 296,3 bilhões até 2029.

O dólar registrou uma forte alta na semana passada, ultrapassando pela primeira vez na história a barreira dos R$ 6, com uma certa decepção com o pacote de contenção de gastos apresentado pela equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda). Há a percepção no mercado que a proposta foi desidratada.

Além disso, o governo anunciou como parte do pacote o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5.000, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O câmbio apenas deu sinais de acomodação após as manifestações da cúpula do Congresso Nacional, deputado Arthur Lira (PP-AL) e senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicando certa resistência à tramitação da medida, se não ficar clara a compensação de arrecadação.

Alckmin também foi questionado sobre a política de juros do Banco Central, em particular sobre a necessidade de aumentar a taxa em um momento de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), para evitar alta da inflação. O vice-presidente apenas acrescentou que prefere o modelo americano do FED (Federal Reserve), que tem como missão estimular a economia e controlar a inflação.

No entanto, segundo ele, esse modelo é benéfico porque a inflação não leva em conta dois componentes, que são alimentos e energia, suscetíveis a variações no clima e na geopolítica.

"Então ele retira esse cálculo, energia e alimento. Aí sim você tem uma cesta melhor para você avaliar a política monetária para evitar inflação", afirmou.

O vice-presidente evitou comentar se a possível assinatura do acordo Mercosul-União Europeia estava ameaçada, após a presidente da comissão europeia Ursula Von der Leyen indicar que não vai ao Uruguai para a cúpula do bloco sulamericano.

"Na realidade, a expectativa é sexta-feira, dia 6. A posição do Brasil e do Mercosul é favorável. Nós entendemos que é um ganha-ganha bom para o Mercosul. Bom para a União Europeia e bom para o mundo, para a geopolítica mundial, fortalece o multilateralismo", afirmou.
 

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