Alesp aprova, por unanimidade, denúncia de deputada que acusa Fernando Cury de assédio
Conselho de Ética aceitou a admissibilidade, por 10 votos a 0, da representação de Isa Penna
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Foto: Divulgação
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta quarta-feira (10), por 9 votos a 0, a admissibilidade da denúncia de quebra de decoro parlamentar contra o deputado Fernando Cury (Cidadania). No dia 16 de dezembro do ano passado, em plenário, Cury foi flagrado pela câmera da Alesp passando a mão pelo corpo da deputada Isa Penna (PSOL). O episódio levou Penna a denunciá-lo ao Conselho de Ética, e ele enfrenta processos relativos ao episódio em outras esferas: dentro do próprio partido e no Ministério Público de São Paulo.
Antes da votação que deu prosseguimento do caso contra Cury, o colegiado também votou por não excluir o deputado Alex Madureira da sessão. Isa Penna havia pedido sua suspeição do conselho, pela proximidade entre Madureira e Cury, e pelo fato de ambos conversarem antes da abordagem assediosa no plenário.
Estavam presentes na sessão os nove parlamentares que compõem o colegiado: Emídio de Souza (PT), Erica Malunguinho (PSOL), Barros Munhoz (PSB), Wellington Moura (Republicanos), Delegado Olim (Progressistas), Alex Madureira (PSD), Estevam Galvão (DEM), Adalberto Freitas (PSL) e Campos Machado (Avante). Além dos integrantes do colegiado, o corregedor Estevam Galvão (DEM) também votou a favor, somando dez votos.
Na última segunda-feira (8), Cury negou, durante a defesa prévia apresentada ao conselho, ter apalpado o seio de Isa Penna e pediu também a suspeição dos correligionários da deputada, Carlos Giannazi, Erica Malunguinho e Monica Seixas, arrolados como testemunha. No documento de 32 páginas, o advogado de Cury, Roberto Delmanto Júnior, refere-se ao gesto de assédio como "rápido e superficial abraço". Para a defesa, o deputado "jamais teve uma única queixa de desrespeito às mulheres, mas sim elogios".