Aliado de Bolsonaro, governador do Amazonas defende reforma tributária e diálogo com governo Lula
Wilson Lima elogiou a proposta após a inclusão de artigos que citam a Zona Franca de Manaus
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O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), aliado de Jair Bolsonaro, elogiou o texto da reforma tributária, aprovado na Câmara dos Deputados após a inclusão de artigos mantendo condições especiais à Zona Franca de Manaus.
O governador afirmou, em entrevista ao O Globo, que pela defesa dos interesses de seu estado, não pode abrir mão do diálogo com o governo Lula. Wilson Lima também apresentou ressalvas à política ambiental da atual gestão.
Segundo ele, mesmo sendo aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi necessário conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e ir até Brasília para entender como ficaria a Zona Franca de Manaus no processo da reforma tributária.
"Fui brigar por aquilo que está dentro do texto da Constituição, que é a preservação da sua competitividade até 2073, o que é fundamental para a atividade econômica do estado do Amazonas. Sem a Zona Franca, o estado seria terra arrasada, e enfraquecê-la é o primeiro passo para queimar a floresta. Para honrar esse compromisso, vou fazer o que tem que ser feito. Não podemos prescindir da relação com o governo federal", disse Wilson Lima.
O governador do Amazonas também comentou o conflito entre o ex-presidente com o chefe do Estado de São Paulo, Tarcisio de Freitas, por ter defendido a reforma tributária. De acordo com Lima, o seu estado está em primeiro lugar. "Todos sabem meu posicionamento político (...). Essa aprovação representa um avanço muito grande para o país. Dá mais transparência e conversa com as práticas internacionais", pontuou.
O chefe de Estado do Amazonas ainda comentou que acha preocupante o discurso de preservação da Amazônia do presidente Lula: "Me preocupa muito a construção dessa imagem de protetor ambiental a qualquer custo. A repressão é insuficiente, porque não tem polícia nem satélite que vá conseguir guardar uma área como a do estado do Amazonas. Vai chegar um momento, com tanta restrição que temos na Amazônia devido a uma interpretação equivocada de preservação ambiental, que nossa população vai virar pedinte".