Altas doses de anticorpo intravenoso pode proteger humanos do HIV, diz pesquisa
Cientista também falou sobre os estudos da infecção em animais

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Em artigo publicado na revista Science, no dia 25 de junho, o cientista Dennis Burton, à frente do Centro de Anticorpos Neutralizantes da Iniciativa Internacional da Vacina da AIDS (IAVI) e pesquisador do Ragon Institute, afirma que anticorpos amplamente neutralizantes (bNAbs) podem proteger humanos contra a exposição a algumas cepas do vírus HIV.
"Os bnAbs, anticorpos que podem neutralizar uma grande fração das cepas de HIV em circulação global, são o foco de muitos esforços de vacinas contra o HIV e de estratégias para prevenir ou tratar o HIV por imunização passiva [infusão com anticorpos]", explicou Burton no artigo.
"Esse foco resulta da enorme variabilidade de cepas do HIV - apenas o bnAb pode esperar contrariar essa variabilidade", acrescentou.
Testes da vacina contra HIV em animais
Burton também falou sobre os estudos da infecção em animais. Para ele, uma ampla proteção contra uma variedade de cepas de HIV pode ser alcançada usando títulos séricos mais elevados de anticorpos terapêuticos em infusão – soro. Conforme o cientista, os insights da pesquisa podem ser usados para melhorar futuros ensaios clínicos de bnAb de HIV em humanos.
Muitos estudos investigaram a capacidade dos anticorpos de protegerem contra a infecção pelo HIV em modelos animais. Burton lembra que a imunização passiva com transfusão intravenosa de um anticorpo monoclonal protegeu um chimpanzé contra um vírus sensível à neutralização, adaptado em laboratório, já em 1992.
De acordo com a pesquisa, um exame abrangente dos dados de proteção de bnAb obteve números parecidos com os estimados no estudo AMP para proteção em humanos. Para Burton, concentrações mais altas de anticorpos podem ser necessárias para evitar a entrada do vírus nas células vivas do que nos ensaios in vitro.
Como está a pesquisa contra o HIV?
Os estudos em modelos animais sugerem que a maioria dos bnAbs pode oferecer proteção para humanos no futuro, mas a terapia ainda requer mais análises. Burton acredita que os resultados sugerem que, para atingir e manter a proteção contra a infecção em humanos no futuro, a atenção deve ser focada nos bnAbs mais potentes.