Aluna da USP mudou senha do e-mail para esconder transferências, diz colega
Gabriela Sarti prestou depoimento à Polícia Civil nesta sexta-feira (27)
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A nova presidente da Comissão de Formatura da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Gabriela Cristina Sarti, negou nesta sexta-feira (27), em depoimento à Polícia Civil, que os alunos do curso sabiam das transferências realizadas pela empresa Ás Eventos para a conta de Alicia Müller, que confessou ter desviado R$ 937 mil dos formandos.
De acordo com a delegada Zuleika Gonzalez Araújo, Gabriela contou que a comissão de formandos foi impedida de saber das transferências solicitadas, porque Alicia mudou a senha do e-mail no qual chegavam os comunicados da Ás Eventos. "Essa era uma dúvida que foi esclarecida no depoimento de hoje", afirmou a delegada em coletiva de imprensa. "A empresa foi impedida de se comunicar com a comissão. Por isso não estavam recebendo nenhum e-mail e acabaram sem saber das transferências", completou.
A Ás Eventos também disse que avisou pelo WhatsApp os estudantes sobre os saques. A tática usada por Alicia, que presidia a comissão, foi misturar assuntos e desconversá-los. Ainda durante o depoimento, Gabriela contou à delegada que, "por uma coincidência infeliz", o comunicado da transferência enviado pelo WhatsApp aconteceu quando os estudantes precisaram sacar R$ 10 mil para uma festa chamada Bota Dentro. Alicia teria despistado os colegas. Assim, a empresa realizou a transferência sem que eles percebessem.
Esse era o último depoimento esperado pelos policiais, que agora aguardam os resultados das perícias e da análise técnica de dois celulares, notebook e tablet apreendidos na casa de Alicia. A expectativa é que o inquérito seja finalizado entre esta sexta-feira e a próxima segunda-feira. Os dados que ainda são aguardados, referentes à quebra de sigilo bancário de Alicia, devem ser acrescentados em um relatório complementar.