Anefac: Crédito e prestações serão afetados pela alta da Selic

A decisão do Banco Central de elevar a taxa de juros básicos da economia, anunciada nessa quarta-feira (2), fará com que o crédito e as prestações continuem encarecendo, aponta a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Mesmo com o impacto na ponta final sendo diluído devido à diferença muito grande entre a taxa básica e os juros efetivos de prazo mais longo, a pessoa que fizer um empréstimo deverá sentir os efeitos do aperto monetário.

De acordo com a associação, o juro médio para pessoa física deve ir de 110,17% para 113,03% ao ano. Já para pessoa jurídica, a taxa média sobe de 50,93% para 53,05% ao ano, após a Selic ser elevada para 10,75% ao ano.

Com a nova taxa de juros, o financiamento de uma geladeira de R$ 1,5 mil em 12 prestações custará R$ 13,79 a mais para o consumidor. Já o cliente que entra no cheque especial em R$ 1 mil por 20 dias deverá pagar R$ 0,80 a mais.

Ao utilizar R$ 3 mil do rotativo do cartão de crédito por 30 dias, o cliente gastará R$ 3,60 a mais. Um empréstimo pessoal de R$ 5 mil por 12 meses cobrará R$ 44,20 a mais após o pagamento da última parcela. Por meio de financeira, a operação ainda sai R$ 28,87 mais cara. 

Já em relação às pessoas jurídicas, as empresas pagarão R$ 185,81 a mais por empréstimo de capital de giro de R$ 50 mil por 90 dias, além de R$ 74,47 pelo desconto de R$ 20 mil em duplicatas por 90 dias e R$ 8 a mais pelo uso de conta garantida no valor de R$ 10 mil por 20 dias.

Sobre os impactos da nova Selic sobre os rendimentos da poupança, a Selic aponta que, com a taxa de 10,25% ao ano, a caderneta só rende mais que os fundos de investimento no caso do prazo da aplicação ser curto e a taxa de administração cobrada pelos fundos, alta.