Ano de 2022 é responsável por mais de 25% das mortes por chuvas da última década no Brasil
Óbitos por consequência das chuvas já chegam em 457 no país em 2022
Foto: Reprodução/Redes sociais
Segundo um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado na terça-feira (31), o ano de 2022 foi responsável por mais de 25% das mortes causadas nos últimos 10 anos, em razão das chuvas ou consequências delas.
Em um período entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de maio de 2022, as mortes causadas por excesso de chuvas e as consequências delas no Brasil somaram 1.756. Deste total, 457 aconteceram somente em 2022.
Antes deste ano, o mais letal por chuvas no país havia sido registrado em 2019, com 297 mortes notificadas. Em seguida, esteve o ano de 2021 quando foram notificados 290 óbitos e 2020, com 216.
Já agora, no entanto, os cinco primeiros meses de 2022 já superaram o balanço dos anos anteriores em mortes. Os dados foram coletados no Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério do Desenvolvimento Regional (S2ID/MDR).
O presidente da CNM aponta que a falta de recursos para prevenção no orçamento de desastres do país é um dos principais motivos para a recorrência dos problemas.
“Com a redução cada vez maior de verba para prevenção, ano após ano, em todo governo, o resultado é que, na prática, só se atua na resposta, com grande peso para as prefeituras”, afirmou.
Ainda segundo a entidade, os municípios não têm capacidade técnica e financeira para atuarem sozinhos no combate à estes desastres. Além disso, a Lei 12.608/2012, do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec), prevê também responsabilidades da União e dos Estados para redução dos riscos de desastres.
Em abril, um estudo da Confederação sobre desastres naturais apontou que entre 2010 e 2021 foram autorizados no orçamento federal R$ 36,5 bilhões para ações de gestão de risco, prevenção, respostas a desastres e recuperação de áreas destruídas e ou danificadas. No período, no entanto, foi pago pela União somente R$ 15,3 bilhões, ou seja, menos da metade.
Já o valor para prevenção, foi ainda menor, sendo em 2020 destinados apenas R$ 211 mil pela União para ações de combate.