Ao anunciar a distribuição de doses pediátricas, Ministério da Saúde volta a orientar aval médico antes da imunização
Conselho Nacional de Secretários de Saúde se posiciona contra recomendação
Foto: Reprodução / Agência Brasil
O Ministério da Saúde, ao anunciar nesta quarta-feira (26) a distribuição de 2,5 milhões de doses contra a Covid-19 para as crianças, voltou a pedir que os pais "procurem a recomendação prévia de um médico antes da imunização".
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) é contra o pedido do governo federal. E avalia que ela teria potencial de "travar" a campanha para a faixa etária.
"Para a imunização das crianças de 5 a 11 anos é necessária a autorização dos pais. No caso da presença dos responsáveis no ato da vacinação, haverá dispensa do termo por escrito. A orientação da Pasta é que os pais ou responsáveis por suas crianças procurem a recomendação prévia de um médico antes da imunização", diz publicação no site do Ministério da Saúde.
Já o Conass utilizou como resposta uma carta divulgada ainda em dezembro, na véspera de Natal. Em tom direcionado às crianças, o conselho explica que não há necessidade de uma consulta médica antes da vacina:
"Quando iniciarmos a vacinação de nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina. A ciência vencerá. A fraternidade vencerá. A medicina vencerá e vocês estarão protegidos", defende.
A vacinação infantil com a Pfizer, no Brasil, foi aprovada em 16 de dezembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em 30 de dezembro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, divulgou os dados de mais de 42 mil crianças que receberam o imunizante: eventos adversos graves em crianças que receberam a vacina da Pfizer são raros.
O ministério também está distribuindo doses da CoronaVac para crianças com mais de 6 anos. O imunizante foi aprovado pela Anvisa para a faixa etária na quinta-feira (20). A CoronaVac já é usada ou foi autorizada em crianças de diferentes faixas etárias em pelo menos seis países e em Hong Kong.
Apesar da aprovação da vacinação com a Pfizer ter ocorrido ainda em 16 de dezembro, o Ministério só divulgou as regras para a imunização em 5 de janeiro. O governo federal chegou a fazer uma consulta pública sobre o assunto, mas, enfim, abriu mão da exigência de receita médica para imunização dessa faixa etária.