Ao menos seis ministros de Lula fizeram uso do orçamento secreto

Seis ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fizeram uso de R$ 221 milhões do orçamento secreto em 2022. As RP9, como são chamadas as emendas de relator, foram alvos de diversas críticas por parte do petista durante a campanha, por causa da ausência de transparência e de regras mais detalhadas para a distribuição dos recursos.

A campeã de indicações é a do Turismo, Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), que usou R$ 73,7 milhões do orçamento secreto entre 2020 e 2022. A maior parte foi destinada a Belford Roxo, município da Baixada Fluminense que é comandado por Waguinho, marido da ministra e presidente estadual do União Brasil no Rio de Janeiro.

Em seguida, aparece Waldez Goés (PDT-AP), da Integração e Desenvolvimento Regional, que declarou uso de R$ 58,9 milhões.

O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro comunicou que fez uso de R$ 75 milhões. Em um documento assinado por ele em março de 2022, no qual indica quais emendas do orçamento secreto eram de sua autoria, ele justificou o aporte dos recursos como um "trabalho junto ao governo federal, sempre voltado ao estado de Mato Grosso, com o principal objetivo de fortalecer ações direcionadas à saúde pública, bem como para a infraestrutura urbana e rural".

 André de Paula, chefe da Pesca e Aquicultura, teve direito a uma fatia de R$ 23 milhões do orçamento. Já o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, informou ter indicado R$ 16 milhões. Alexandre da Silveira, ministro de Minas e Energia, usou R$ 4 milhões.

O levantamento, feito pelo R7, tem informações da base de dados do sistema da Câmara dos Deputados e de outra entregue pelo Congresso Nacional ao Supremo Tribunal Federal (STF).