Apenas 3 em cada 10 educadores trabalham com autores negros na grade curricular
Porém, maioria dos profissionais acha importante debater sobre racismo
Foto: Agência Brasil
Uma pesquisa da Associação Nova Escola, divulgada pela CNN nessa quarta-feira (23), mostra que apesar de 98% dos educadores acharem importante debater sobre racismo, apenas três em cada dez trabalham com autores negros em sua grade curricular. Dos 1.854 educadores ouvidos pelo levantamento, metade disse já ter presenciado situações de racismo no ambiente escolar.
A média dos profissionais pretos e pardos que vivenciaram situações de racismo é maior que a média nacional. Quase 14% dos educadores declararam ter sido vítimas de discriminação; entre pretos e pardos, esse percentual sobe para 23,71%. Dentre os entrevistados, 47,1% se classificaram como pretos ou pardos, e 78,4% são do sexo feminino.
O maior percentual de profissionais que se declararam pretos ou pardos está nas regiões Norte e Nordeste: 75,9% e 74,5%, respectivamente. No Sul, apenas 24,5% se declararam pretos ou pardos. Já no Sudeste, foram 42,1% e no Centro-Oeste, 55,2%. Além disso, cerca de 85% dos professores sabem que existe uma lei que exige a inclusão do ensino de história e cultura afro-brasileira na grade, mas seis em cada dez professores não sabem ou afirmam que não existe investimento para a promoção dessas disciplinas em suas escolas.
De acordo com a pesquisa, apenas dois em cada dez profissionais citaram referências de autores usados em sala de aula. Entre os nomes aparecem Machado de Assis, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Milton Santos e Djamila Ribeiro.