Apenas 9% das mortes em ações policiais passaram por perícia no local, em São Paulo, aponta levantamento
Levantamento analisou 849 processos entre os anos de 2018 e 2024

Foto: Reprodução/Marcelo S. Camargo/Governo do Estado de SP
Apenas 8,9% das mortes ocorridas em ações policiais foram acompanhadas de perícia no local, em São Paulo. Os dados são da Fundação Getulio Vargas que analisou 849 processos entre 2018 e 2024. Dos processos analisados 946 pessoas morreram devido à atividade policial.
Entre todas as mortes em ações policiais, apenas 661 casos contaram com algum tipo de perícia, demonstrando a baixa transparência e investigações nessas mortes. A perícia é essencial para esclarecer as circunstâncias das mortes, mas a Polícia Militar passou a conduzir as próprias investigações sem o devido suporte técnico.
O levantamento ainda revelou que 62% dos casos envolveram pessoas negras. Além disso, em 85% dos casos, não foi feito o exame residual de pólvora nas mãos das vítimas, procedimento que comprova se houve confronto com as guarnições policiais.
Os exames necroscópicos, fundamentais para determinar a trajetória das balas e se houve luta corporal, foram realizados em 79% dos casos. Entre todas as ocorrências, não houve registro de policiais denunciados ao Ministério Público.