Apex convoca funcionários em Miami para esclarecer supostos desvios de conduta de Lourena Cid
A agência confirmou o convite
Foto: Roberto Oliveira/Alesp
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) convocou três funcionários de seu escritório em Miami (EUA) para prestar esclarecimentos em relação a alegações de desvios de conduta supostamente ligados ao general da reserva Mauro Lourena Cid. A agência confirmou o convite e afirmou que a investigação está sendo conduzida com diligência, garantindo a todos os envolvidos o direito de responder às acusações. As informações são da CNN.
Os funcionários chamados a prestar depoimento são Michael Rinelli, analista de investimentos, Fernando Spohr, representante da Apex-Miami, e Paola Bueno, integrante da área de recursos humanos. Eles estão programados para serem ouvidos na sede da agência em Brasília na próxima semana.
As alegações surgiram após uma reportagem do site UOL, que sugeriu que o general Lourena Cid teria utilizado recursos da agência para propósitos indevidos, incluindo alegados planos golpistas. Lourena Cid, que chefiou o escritório da Apex em Miami durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria retornado ao escritório após deixar o cargo, supostamente para apagar informações de dispositivos corporativos da Apex.
De acordo com informações obtidas pela CNN, Rinelli teria admitido a colegas da Apex que apagou dados de dispositivos sob ordens de Spohr e Paola. Esta medida teria sido tomada após ataques em janeiro, quando o general já não estava no comando da agência. Lourena Cid é pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, cujo envolvimento é peça-chave nas investigações.
A permanência dos funcionários sob investigação em seus cargos em Miami tem gerado desconforto entre os colegas da Apex. No entanto, a diretoria da agência no Brasil optou por não tomar decisões precipitadas enquanto a investigação interna segue em andamento.
A Apex informou que a comissão interna tem um prazo de 60 dias para apresentar conclusões sobre as alegações. Essa decisão foi tomada após o atual presidente da agência, Jorge Viana, ter sido informado sobre os supostos desvios de conduta durante uma visita aos Estados Unidos, onde conversou com integrantes do escritório em Miami e se comprometeu a tomar medidas.