Após Lira cancelar convocação de Rui Costa, relator diz que não vai pedir prorrogação da CPI do MST
Comissão tem prazo de funcionamento até setembro
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), deputado Ricardo Salles (PL-SP), afirmou na quarta-feira (9) que não vai mais pedir a prorrogação da comissão, que tem prazo de funcionamento até 14 de setembro.
A CPI poderia ter o período de atuação prorrogado e já havia um requerimento pronto para prolongar os trabalhos por mais 60 dias. A decisão de prorrogar o funcionamento cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que na quarta anulou convocação, aprovada pelo colegiado, do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Em outro revés para o colegiado dominado por oposicionistas, o Republicanos retirou deputados de perfil contrárias ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sigla negocia o comando de um ministério.
A base governista também negociou trocas de integrantes da CPI do MST com partidos do Centro, e agora acredita que tem maioria na Comissão. As trocas envolvem partidos como União Brasil, MDB, PP e Republicanos. Os dois últimos devem compor o primeiro escalão do governo com uma minirreforma prometida para este mês.
A medida adotada por Lira e as trocas realizadas pelo Republicanos foram interpretadas como manobras para esvaziar a comissão.
“Diante dessas manobras regimentais e a clara arregimentação de partidos que estão negociando espaços no governo, claramente não é mais o caso de prorrogar a CPI. Não podemos querer prorrogar algo cujas pernas foram amputadas”, disse Salles. O relator ainda afirmou que as mudanças foram feitas para "agradar ao governo”.