Após reunião, Banco Central mantém taxa Selic em 13,75%
Às vésperas da decisão, o presidente Lula declarou que "vai continuar batendo" no BC

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu por unanimidade nesta quarta-feira (22) manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Esta é a quinta decisão consecutiva para manutenção da taxa.
Este é o maior patamar da taxa básica de juros desde janeiro de 2017, onde a Selic está estacionada desde agosto. A decisão do Copom corresponde ao consenso do mercado.
Em comunicado, o Comitê afirma que seguirá acompanhando o cenário inflacionário global e que “não hesitará” em retomar o ciclo de alta caso a manutenção da taxa não consiga controlar a escalada de preços. Desde março de 2021, a autoridade monetária já elevou 12 vezes os juros, que à época registrou patamar histórico de 2%.
Às vésperas da reunião do Comitê, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, na última terça-feira (21), em entrevista à TV 247, que "vai continuar batendo" no Banco Central para que a taxa de juros seja reduzida.
"Eu vou continuar batendo, eu vou continuar tentando brigar para que a gente possa reduzir a taxa de juros, para que a economia possa ter investimento", disse o presidente. "Uma coisa que eu acho absurda é a taxa de juros estar a 13,75% em um momento em que a gente tem o juro mais alto do mundo", acrescentou.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira (22).
"O que o presidente do Banco Central está fazendo é um desserviço com a nação brasileira. Ele elevou para 13,75% esse patamar de juro quando a inflação estava em torno de 10%, hoje a inflação está um pouco acima de 5%. Então, o que justifica ele estar com a mesma dose de remédio?", questionou.