Aprovação de Bolsonaro apresenta queda de 11%, revela pesquisa
Crise em Manaus e falta de perspectiva sobre vacinação foram alguns dos fatores que levaram a queda
Foto: Reprodução/FDR
Com a crise de saúde pública em Manaus e desencontros sobre o cronograma de vacinação, a aprovação à gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) caiu de 37% para 26%, a maior queda semanal desde o início de seu governo. Agora, está no mesmo nível de junho de 2020, um dos momentos mais críticos da pandemia. A queda acentuada fez com que a desaprovação ao governo saltasse para 45%. É o que mostram os novos resultados de uma pesquisa exclusiva da revista Exame e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública.
A desaprovação do presidente é maior nos estratos de maior renda e de maior escolaridade: entre os que ganham mais de cinco salários mínimos, 58% não aprovam a gestão do presidente. No grupo dos que têm ensino superior, 64% desaprovam o governo federal. Já em relação à aprovação do presidente, ela segue maior entre os que moram no Centro-Oeste e os evangélicos. Entre os que moram no Centro-Oeste, 36% aprovam o governo. Entre os evangélicos, 38% apoiam o governo Bolsonaro, ante 20% dos católicos e 23% dos que declaram seguir outra religião.
Quando se observa o aspecto regional, 66% dos que moram no Nordeste dizem que a avaliação do governo deve ser influenciada pela crise em Manaus, enquanto que 57% dos que moram no Sudeste e no Norte (epicentro da atual crise) compartilham da mesma opinião. O levantamento foi realizado por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 18 e 21 de janeiro. “A dinâmica dos sérios problemas em Manaus junto a falta de perspectivas sobre um cronograma de vacinação e o fim do auxílio emergencial constituem os principais fatores que levam à queda de popularidade do presidente”, diz Maurício Moura, fundador do IDEIA.
A pesquisa também perguntou sobre como a população avalia o trabalho do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Enquanto 28% dos entrevistados consideram o trabalho do ministro como bom ou ótimo, outros 32% consideram a gestão de Pazuello ruim ou péssima. Outros 33% avaliam como regular. Os dados mostram que a avaliação do ministro é melhor do que a do presidente Bolsonaro (27% consideram bom ou ótimo; 45% acham ruim ou péssima). “A população com menos instrução geralmente não sabe quem são os ministros, mas conhecem o presidente. Por isso, o governo federal tende a ser mais responsabilizado em momentos de grave crise”, diz Moura, do IDEIA.