Aras critica delação premiada de Mauro Cid com PF: 'PGR não aceita'
Procurador-geral também questionou delações feitas no âmbito da Lava-Jato
Foto: Roberto Jayme/TSE
O procurador-geral da República, Augusto Aras, criticou no sábado (9) o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que foi homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em publicação nas redes sociais, Aras afirmou que a PGR "não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal" e criticou delações feitas no âmbito da Operação Lava-Jato.
"A Procuradoria Geral da República não é de Augusto Aras. É da República Federativa do Brasil e é pautada pela Constituição. A PGR, portanto, não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal, como aquelas de Antonio Palocci e de Sérgio Cabral, por exemplo", afirmou o chefe da PGR.
Por decisão de Moraes, Mauro Cid será colocado em liberdade provisória. Ele está preso desde maio após ser alvo de uma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Além disso, ele também está sendo investigado no caso das joias entregues a Jair Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, bem como no inquérito relacionado às milícias digitais.
Delação
A legislação da delação premiada permite que a Polícia Federal negocie o acordo diretamente com o investigado, submetendo os termos ao Poder Judiciário, ao qual cabe decidir sobre a validade, no chamado ato de homologação. A possibilidade de a PF firmar acordos foi validada pelo STF em 2018.