• Home/
  • Notícias/
  • Bahia/
  • Área da Codevasf é invadida em Juazeiro por grupo do MST, em protesto por acesso a água
Bahia

Área da Codevasf é invadida em Juazeiro por grupo do MST, em protesto por acesso a água

300 famílias do acampamento Terra Nossa participam da mobilização

Por FolhaPress
Ás

Área da Codevasf é invadida em Juazeiro por grupo do MST, em protesto por acesso a água

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu no domingo (10), uma área da Codevasf em Juazeiro (BA), em protesto pela suposta falta de cumprimento de acordo para o assentamento de mil famílias no estado. De acordo com o movimento, 300 famílias do acampamento Terra Nossa participam da mobilização. O grupo também se queixa da falta de acesso a água por parte da estatal. A Codevasf não se pronunciou até a publicação desta reportagem.

O MST vem se queixando ao longo do governo Lula pela demora no avanço das políticas de reforma agrária. Na última quarta-feira (6), o tema foi assunto de discurso do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), ligado ao movimento, que demonstrou preocupação com a volta das ocupações.

"O orçamento do Incra é o menor de todos os orçamentos dos governos do PT. Essa é uma preocupação. Nos assentamentos falta água, falta estrada, não há desapropriação", afirma.

Segundo o MST, a ação deste domingo ocorreu para cobrar o cumprimento de um acordo estabelecido em 2008 entre o movimento, Codevasf e Incra para o assentamento em 13 mil hectares adquiridos pela estatal.

"Após 16 anos, apenas 192 famílias estão assentadas e pouco mais de 5.500 hectares regularizados", diz o movimento.

A entidade afirma também que a Codevasf impede o acesso à água de um projeto de irrigação que fica a 800 metros do acampamento Terra Nossa. Segundo o MST, "as famílias estão acampadas desde o dia 23 de abril sem acesso a água para plantio e produção de alimentos".

"A área se encontra em terras devolutas com cerca de 4.000 hectares e está a 800 metros do projeto salitre da Codevasf, que tem 51 mil hectares de espelho d'água. A privatização da água praticada pela Codevasf privilegia as grandes empresas e grandes empresários, garantindo abundância hídrica para o agronegócio, através dos perímetros irrigados, excluindo a agricultura familiar e o pequeno produtor", afirma o MST.

Como mostrou a Folha na série "Política da Seca", emendas parlamentares e o loteamento de órgãos federais, em especial a Codevasf, tem aprofundado a desigualdade do acesso à água no semiárido brasileiro.

Os recursos chegam em abundância para áreas indicadas por deputados e senadores, e não obrigatoriamente em regiões de maior necessidade. Já moradores ignorados pelas emendas e pelas estatais são obrigados a fazer longas caminhadas diárias até um açude ou rio ou precisam escolher entre a compra de comida e um garrafão de água.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:[email protected]

Faça seu comentário