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Áreas da Caatinga estão em recuperação através de foguete desenvolvido na UFPB

As sementes são revestidas com água para que tenham maior chance de germinação no período das secas

Por Da Redação
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Áreas da Caatinga estão em recuperação através de foguete desenvolvido na UFPB

Foto: Reprodução/JornalNacional

Um foguete que espalha sementes está ajudando a recuperar áreas da Caatinga e projetos de reflorestamento. Fabricado com garrafa PET, fibra de vidro e impressão 3D, o lançamento é feito pela pressão do ar e água dentro das garrafas. 

O físico Renan Aversar desenvolveu o projeto durante o doutorado. Os testes são feitos em Cabaceiras, na região do Cariri da Paraíba, município onde menos chove no Brasil para avaliar o potencial de reflorestamento.

"No momento oportuno, ele dá um disparo e faz o espalhamento das sementes. No chão, elas têm uma disposição de mais ou menos 20m por 100m. A gente consegue fazer cerca de um hectare a cada oito lançamentos”, explica o físico Renan Aversar.

As sementes são "peletizadas", ou seja, revestidas com água e um tipo de pó, para que tenham maior chance de germinação. Nos testes, 20% das sementes arremessadas germinaram.

O professor de Geociências da UFPB, Bartolomeu Israel, explicou que, geralmente se pega uma semente de espécie nativa e coloca um palete, para que ele consiga armazenar água na estação chuvosa e, quando a estação seca chegar, a umidade seja preservada para haver tempo suficiente para a germinação. 

Antes do lançamento com o foguete, os pesquisadores fizeram os testes com as cápsulas de sementes, arremessando-as em uma área degradada e fazendo marcações para o monitoramento. Dois anos depois disso, uma planta conhecida na região do Cariri como o pinhão-bravo, que germinou e agora já começa a dar frutos.

Os custos com os foguetes são bem mais baixos do que o reflorestamento feito com aviões e helicópteros. Renan Aversar também afirma que o foguete não deixa resíduos no meio ambiente, a não ser as sementes e a água. Nem mesmo o foguete fica no ambiente, ele volta para o ponto de lançamento. 

Segundo o MapBiomas, em 1985, a Caatinga ocupava uma área de floresta de mais de 59 milhões de hectares. Em menos de 40 anos, a área caiu para quase 51 milhões de hectares. A Caatinga é exclusiva do Brasil, mas, segundo os meteorologistas, a preservação desse bioma é importante para o controle do aquecimento global.   

Valéria Peixoto Borges, professora da UFPB, explicou que a Caatinga contribui ainda mais do que as florestas úmidas na captação de carbono, por isso, vai ajudar no processo de mudanças climáticas, minimizando os efeitos do aquecimento global.   
 

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