Argentina afirma que chefe do Hezbollah na América Latina planejou ataques no Brasil
Hussein Ahmad Karaki teve envolvimento direto em dois atentados em Buenos Aires, na década de 1990
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A Argentina enviou um alerta de prisão internacional para Hussein Ahmad Karaki, que seria o chefe operacional do grupo extremista Hezbollah na América Latina, na última sexta-feira (25). De acordo com o Ministério da Segurança, Kakari recrutava militantes e planejava ataques em países do continente, incluindo o Brasil.
Hussein Ahmad Karaki, também teria participado de dois atentados contra alvos judaicos na Argentina, há mais de 30 anos. Durante pronunciamento, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, disse que a investigação foi coordenada com os apoios do Brasil e do Paraguai.
“Essa pessoa vem trabalhando desde os anos 1990 na organização do Hezbollah em nosso continente”, relatou a ministra.
Segundo ela, todas as investigações apontam que o extremista está no Líbano, e vem atuando ainda. Ele, quando passou pela América, usou documentos do Brasil, Colômbia e Venezuela e atuou como o "cérebro e recrutador do Hezbollah" no continente.
A ministra também afirmou que Karaki foi responsável por conseguir um carro-bomba utilizado no atentado contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992. Após a explosão na embaixada israelense, Kakari teria deixado a Argentina em um avião com destino ao Brasil. Para a ministra argentina, ele teria usado um passaporte colombiano falso para fugir.
"Ele também foi o chefe operacional em linha direta com (Hassan) Nasrallah, que foi morto há algumas semanas no Líbano", disse a ministra, além de relatar que ele Karaki "recebeu a ordem direta" para o ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que deixou 85 mortos e centenas de feridos.
Em 2023, a Argentina colaborou com uma investigação da Polícia Federal do Brasil que frustrou planos de ataques à comunidade judaica do Brasil. Já em março deste ano, Kakari também tentou fazer um atentado no Peru.
A ministra declarou que pediu ajuda e solicitou à Interpol um alerta vermelho em todo o mundo para localizar e prender o extremista. Segundo Bullrich, Brasil e Paraguai “vão apoiar o alerta vermelho que a Argentina está solicitando”.